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No décimo quarto dia em greve, a mobilização dos bancários começa a perder força na região Oeste do estado. Em assembléia realizada na manhã desta terça-feira (21), os trabalhadores de bancos privados das cidades de Foz do Iguaçu, Medianeira e Santa Helena decidiram suspender a paralisação por tempo indeterminado e aguardar no trabalho uma nova proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Ao todo, Foz do Iguaçu e região possuem 16 unidades de bancos privados, que representam 35% das 45 agências da cidade. Até a segunda-feira (20), todas as agências estavam paralisadas, segundo o Sindicato dos Bancários de Foz do Iguaçu. A entidade não soube informar o número de funcionários que estão com os braços cruzados nas 16 agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal nesta terça-feira.

Os bancários da rede privada de Foz do Iguaçu informam, no entanto, que a possibilidade de retorno à greve não está descartada, e que a decisão dependerá da avaliação dos trabalhadores de uma nova proposta da Fenaban. Nesta terça-feira, bancários de todo o país se reúnem com representantes das instituições financeiras a partir das 18h para discutir um possível acordo.

Na capital e região metropolitana, apenas os bancos Itaú e Santander estão funcionando normalmente, segundo o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, por causa de decisões judiciais que impedem que os funcionários entrem em greve. A diretora de imprensa do sindicato, Sônia Boz, no entanto, afirma que os trabalhadores já ingressaram com recurso e esperam derrubar a decisão.

O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região ainda não tem um balanço de quantas agências ficaram fechadas na capital durante a manhã desta terça-feira, mas informa que deve divulgar um levantamento no começo da tarde.

Demais cidades

Nas demais cidades paranaenses, o quadro de paralisação permanece inalterado, de acordo com a Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Paraná (Feeb-PR). "Somente os bancos é que podem encerrar a greve, com uma boa proposta", diz o presidente da Feeb-PR, Gladir Antônio Basso. "Em todo o estado e em todo o país a paralisação permanece firme", afirma.

Ao todo, são cerca de 18 mil bancários em greve em todo o Paraná. Em Cascavel, Telêmaco Borba, União da Vitória, Castro, Irati, Carambeí, Pirai do Sul, Pato Branco, Francisco Beltrão, Chopinzinho, Dois Vizinhos, Realeza, Capanema, Palmas, Maringá e Paranaguá estão paralisados apenas os funcionários da Caixa e do Banco do Brasil, mas a situação é a mesma desde o início da greve. Em Goioerê, além dos bancários da rede pública, estão de braços cruzados os funcionários do Banco Itaú.

Nas cidades de Arapoti, Apucarana, Londrina, Paranavaí, Umuarama, Cornélio Procópio, Campo Mourão, Toledo e Ponta Grossa, a paralisação atinge instituições públicas e privadas.

Negociações

Na segunda-feira (20), as negociações entre bancários e Fenaban terminaram sem um acordo. Após outra assembléia e sem uma nova proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para discutir, os trabalhadores decidiram manter a paralisação de todas as atividades por tempo indeterminado na maior parte do país.

O 13.º dia de paralisação (nono dia útil) contou com 156 agências fechadas de um total de 329, 57 agências de bancos privados, 46 da Caixa Econômica Federal e 53 do Banco do Brasil, informou o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região. Além das agências, 12 centros administrativos dos bancos HSBC, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Bradesco também continuam com os trabalhos parados.

Procurada pela reportagem, a Fenaban informa apenas que está em negociação com os bancários, sem adiantar uma possível nova proposta.

Reivindicações

A última proposta apresentada pelos bancos, e que foi rejeitada pelos trabalhadores na quinta-feira (16), previa dois índices diferentes para reajuste. Para os trabalhadores que têm salários até R$ 1,5 mil, o reajuste seria de 9%. Para quem recebe acima deste valor, o índice ficaria em 7,5%.

Os bancários reivindicam aumento salarial de 13%, sendo 8% de perdas com inflação e 5% de aumento real. Eles também pedem mais investimentos dos bancos em segurança nas agências e imediações, mais contratações, aumento na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), dentre outras reivindicações.

Contas e pagamentos

O sindicato dos bancários explica que cheques continuam sendo compensados por 30% de funcionários que trabalham nos bancos. Esse é o porcentual mínimo exigido por lei para greves. Saques e pagamentos podem ser feitos nos caixas do auto-atendimento. Depósitos em dinheiro e cheque, no entanto, não estão sendo feitos em nenhum banco, pois não há funcionários para recolher os envelopes de depósito no fim do dia.

A compensação de cheques é um serviço essencial e não deixou de ser feito, informou o sindicato. As pessoas devem ir às agências em funcionamento e falar direto com um gerente ou tesoureiro para realizar o serviço. O sindicato ainda confirmou que, caso o cheque já esteja na praça, ele não ficará parado e será descontado. Para contas, impostos e títulos, o cidadão deve verificar se há a possibilidade de pagamento em qualquer banco. Além disso, pode-se utilizar o código de barras das contas e efetuar os pagamentos em caixas de auto-atendimento. Caso nenhuma dessas opções sejam úteis, ainda há as casas lotéricas que realizam grande parte de pagamentos.

Casas lotéricas

Com a greve dos bancários, aumentou bastante a procura de serviços bancários nas casas lotéricas, por conta dos convênios com a Caixa Econômica Federal (CEF) e com o Banco do Brasil. Na segunda-feira passada (13), porém, houve uma pane nacional no sistema da CEF, que deixou sem atendimento as casas lotéricas. O atendimento voltou ao normal no mesmo dia.

As lotéricas fazem grande parte dos serviços bancários, como recebimento de boletos de qualquer banco, inclusive impostos (exceto IPVA parcelado e guias GR e DARF) até o valor de R$ 500. Ainda nas lotéricas, correntistas da Caixa podem pagar contas do banco até o valor de R$ 2 mil, sacar até R$ 1 mil e depositar até R$ 500, mas somente em dinheiro; enquanto clientes do Banco do Brasil podem sacar até R$ 200 e também depositar até R$ 500 em dinheiro.

Nas agências dos Correios, qualquer pessoa pode pagar tributos federais e estaduais, faturas e títulos, contas de água, luz e telefone e boletos de qualquer banco dentro do vencimento. Correntistas do Bradesco (parceiro atual do Banco Postal) podem sacar até R$ 600 por dia e fazer depósitos.

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