O banco HSBC reduziu a expectativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano de 2,2% para 1,7%. Em relatório a instituição cita fatores como o baixo nível de atividade e a crise na Argentina (e seus efeitos para as exportações brasileiras), além do sentimento negativo em relação à seca e um possível risco de racionamento de energia elétrica no País. No documento, a entidade ainda considera que para 2015 a projeção para o crescimento é "ainda menor": 1,2%.
O HSBC também rebaixou a previsão de alta do PIB do México este ano, que passou de 4,1% para 3,7%, o que foi reforçado, segundo a entidade, por um crescimento menor dos Estados Unidos no primeiro semestre de 2014, além de um atraso na flexibilização fiscal no país.
Em relação à América Latina, o banco afirma que os desequilíbrios externos herdados de anos de prosperidade em termos comerciais levarão algum tempo para se "reequilibrarem" - apesar da desvalorização de moedas.
"Não são poucas as vulnerabilidades na região, e o relativo longo ajuste dos déficits em conta corrente em um ambiente de liquidez reduzida é suscetível aos humores do mercado", diz.
PMI
O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial do Brasil, calculado pelo HSBC, caiu de 50,8 em janeiro para 50,4 em fevereiro, resultado que representa "uma melhoria apenas marginal nas condições de negócios".
"Com valores tão próximos a 50 - tanto o indicador geral quanto seus componentes - o PMI reforça as percepções de que a atividade econômica no setor industrial está estagnada", comentou, em relatório, o economista-chefe do HSBC Brasil, André Loes.
O banco destaca que houve uma expansão modesta e mais lenta na entrada de novos trabalhos, além de uma aceleração de preços de insumos e de bens finais. Além disso, cita que o crescimento na produção cresceu pelo sexto mês seguido, ainda que marginalmente. De acordo com o banco, o setor de bens intermediários foi o único que registrou um aumento de produção.