Representantes da indústria de base, um dos setores mais afetados no Brasil pela crise financeira mundial, consideraram acertadas as medidas anunciadas nesta segunda-feira(29) pelo governo, principalmente por reduzirem custo de crédito e estimularem investimento. Para a Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), o estimulo produção vai ajudar a minimizar os efeitos da crise financeira internacional.
O governo federal procurou adequar as linhas de crédito de longo prazo ao novo patamar de juros básicos da economia. A redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) de 6,25% para 6 00% ao ano diminui o custo final ao investidor e, consequentemente, aos consumidores finais, destacou o presidente da Abdib, Paulo Godoy.
Os primeiros cinco meses deste ano foram "cruéis" para a indústria de base. De acordo com representantes do setor, o crescimento de 20% registrado no ano passado, principalmente antes da chegada dos efeitos da crise econômica no Brasil, no último trimestre de 2008 desapareceu abruptamente.
Entre janeiro e maio deste ano, o país passou a importar 11,1% a mais de bens de capital sob encomenda e a exportar 43,3% a menos. Isso fez o saldo comercial fechar negativo em US$ 841,2 milhões nesse período. A economia brasileira computava crescimento nos investimentos por volta de 20% ao ano, e esse desempenho praticamente desapareceu abruptamente, explicou Paulo Godoy.
Entre as medidas anunciadas nesta segunda-feira, Godoy destacou ainda o corte pela metade nos juros de empréstimos para exportações e para projetos de inovação. A taxa era de 11% e caiu para 5,5% com a decisão de que o Tesouro Nacional arcará com a diferença. A partir de agora, poderemos olhar com mais detalhes para as linhas de empréstimo-ponte e de capital de giro, ainda com custo financeiro elevado, disse ele.
Quando indústria de bens de capital, Godoy destacou que as medidas têm caráter temporário e que há espaço para mais mudanças no futuro próximo. Na verdade, as medidas temporárias servem para ajudar a remover algumas distorções tributárias, principalmente as que oneram os investimentos, mas também a produção.
Godoy disse que o setor de bens de capital, um dos mais importantes da economia, ganha fôlego com a desoneração para mais 70 itens e com a redução de juros para que consumidores de máquinas e equipamentos possam fazer novas encomendas. As medidas beneficiam principalmente setores com foco no mercado interno, pois a produção voltada para exportações ainda encontra um cenário muito instável e negativo, completou.
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