O crescimento na produção de bens de consumo duráveis (3,8%) acima da média da indústria (1,3%) em maio ante abril confirma a importância do mercado interno na recuperação do setor industrial, após a derrocada provocada pela crise internacional, observou nesta quinta (2) a economista da coordenação de indústria do IBGE, Isabella Nunes. Segundo ela, a desoneração de impostos e as promoções de produtos reduziram os estoques de bens duráveis e elevaram a produção.
O governo reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis em dezembro do ano passado e a medida prosseguirá em vigor até o fim de setembro e, a partir de outubro, a alíquota volta a subir gradualmente, até janeiro do ano que vem. No caso dos eletrodomésticos, a redução do imposto passou a vigorar na segunda quinzena de abril e também prosseguirá até o início do quarto trimestre de 2009.
Na comparação de maio ante mês anterior, a produção de automóveis cresceu 3,6% e representou a maior influência positiva para a produção de veículos automotores (inclui automóveis, caminhões, autopeças) no período, que cresceu 2% e representou o segundo maior impacto de crescimento da produção total da indústria nessa base de comparação.
Para os eletrodomésticos não há dados contabilizados ante mês anterior, mas os produtos de linha branca (geladeira, fogão e máquina de lavar) que foram os beneficiados pela redução do IPI registraram alta de 0,9% ante maio do ano passado, a primeira taxa positiva nessa base de comparação apurada desde setembro de 2008, último mês de crescimento acelerado da indústria antes dos efeitos da crise. Na comparação com maio do ano passado, a produção de automóveis prosseguiu em queda (-8,5%).