São Paulo e Dubai - Os oito dias de protestos na Líbia mantêm o preço do barril de petróleo em alta em diferentes mercados, além de afetar a produção. A alemã Wintershall, filial da Basf para o setor, já anunciou que interrompeu suas atividades no país, e a austríaca OMV não descarta fazer o mesmo.
Em Londres, os contratos do petróleo brent para abril fecharam a US$ 111,25 por barril, com forte alta de 5,17%. Em Nova York, os contratos futuros chegaram a alcançar a máxima de US$ 100 por barril pela primeira vez desde outubro de 2008, mas recuaram em seguida e fecharam o pregão a US$ 98,10, com alta de 2,81%.
A distância entre as cotações de Londres e Nova York está se ampliando porque a Europa é mais afetada pela crise na Líbia, de quem compra grandes volumes de petróleo. A Líbia é o 9.º maior produtor dos 12 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e exporta 79% de sua produção aos mercados europeus.
Empresas aéreas
Companhias aéreas que têm operações no Oriente Médio e Norte da África podem registrar perdas neste ano, com a queda brusca no turismo e a disparada dos preços do petróleo. "Se a agitação continuar, pode-se chegar a um patamar em que as companhias aéreas não poderão voar para esses países", afirmou Gunther Matschnigg, vice-presidente de segurança, operações e infraestrutura da Iata, organização mundial do setor.
"Assumindo que a situação continue, os preços do petróleo devem atingir de US$ 115 a US$ 120 por barril dentro das próximas duas semanas, o que poderia resultar em perdas para empresas aéreas em todo o mundo neste ano", disse o analista da indústria para América do Sul e Oriente Médio da Frost & Sullivan, John Siddharth.