A Grécia escolheu nesta quarta-feira (16) o alto magistrado Panayotis Pikrammenos para dirigir um governo de transição que leve o país à realização de eleições antecipadas no próximo dia 17 de junho.

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Em virtude do Parlamento fragmentado resultante do pleito legislativo do último dia 6 de maio e da incapacidade dos partidos políticos gregos para pactuar um Executivo de coalizão, não restou outra saída que não formar um gabinete interino de caráter técnico e anunciar uma nova convocação às urnas.

Para pactuar a composição do governo que liderará o país até essa data, o presidente da República, Karolos Papoulias, se reuniu nesta quarta-feira com os líderes dos partidos políticos que obtiveram representação parlamentar, menos os neonazistas da Aurora Dourada que se negaram a participar por terem sido alijados de outras negociações.

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Em particular, segundo informaram os partidos políticos após a reunião, chegou a ser analisada a possibilidade de dar continuidade ao governo em fim de mandato, de Lucas Papademos, mas nem ele estava disposto nem a proposta alcançou o consenso entre as diversas formações.

"Insisti na formação de um governo completamente neutro e pedi a aplicação do artigo 37 da Constituição para que o primeiro-ministro fosse um dos três presidentes dos mais altos tribunais. Também estabelecemos com o presidente que o governo tivesse poucos membros", explicou o líder do partido de centro-esquerda Dimar, Fotis Kouvelis.

De fato, o novo primeiro-ministro é um jurista de 67 anos que desde 1976 fez carreira no Conselho de Estado, a Suprema Corte grega para assuntos administrativos, da qual foi nomeado presidente em 2010.

Entre 1992 e 1993, Pikrammenos trabalhou como assessor jurídico do então primeiro-ministro conservador Konstantinos Mitsotakis, mas não é militante de nenhum partido.

"Espero ser capaz de realizar minha tarefa. Meu governo será puramente de transição, mas ninguém discute que o país está em um ponto crítico", disse Pikrammenos à imprensa local.

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Além disso, explicou que recorreria à "direção" e aos "conselhos" de Papoulias para "proteger o prestígio do país".

No entanto, o novo governo quase não terá poder de decisão em assuntos fundamentais, já que este é o pacto ao qual chegaram os partidos políticos do país.

"Haverá um governo de transição que não tomará nenhuma iniciativa nem na Otan nem na União Europeia", explicou a líder do Partido Comunista, Aleka Papariga.

Isto pode afetar especialmente a Cúpula da Otan nos dias 20 e 21 de maio, na qual se deve discutir a entrada da Macedônia na Aliança, algo que a Grécia veta por diferenças sobre o nome do país.

"O fato de que haja um governo de transição aumenta a responsabilidade dos partidos políticos", advertiu o líder do partido social-democrata Pasok, Evangelos Venizelos.

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Embora por questões de procedimento as novas eleições ainda não tenham sido convocadas de forma oficial, toda imprensa local, assim como vários líderes políticos, dão como certa a data de 17 de junho.

Nesta quinta-feira deverá constituir-se o novo Parlamento e os deputados eleitos no dia 6 de maio devem jurar seu cargo, enquanto na sexta-feira será escolhida a mesa da presidência do plenário.

Uma vez constituídos seus órgãos, o novo Parlamento terá uma vida de poucas horas, já que na mesma sexta-feira - ou, no mais tardar, na segunda - o presidente da República deve dissolvê-lo para convocar as eleições a pedido do primeiro-ministro.

Por lei, o Parlamento deve permanecer fechado por pelo menos três semanas antes do pleito.

O novo primeiro-ministro jurará seu cargo em um ato protocolar do qual participam as máximas autoridades eclesiásticas e do Estado, enquanto os ministros assumirão amanhã, uma vez que se conheça a lista de pessoas que formarão o gabinete interino.

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