A Copel registrou uma queda de 5,2% no seu lucro líquido no ano passado. O resultado da companhia caiu de R$ 1,33 bilhão em 2014 para R$ 1,26 bilhão em 2015, refletindo uma combinação de redução no consumo de energia em seu mercado cativo e um aumento no custo financeiro da empresa.
A receita total da Copel em 2015 foi de R$ 14,7 bilhões, 5,8% acima dos R$ 13,9 bilhões de 2014. A alta foi puxada pela receita de distribuição (31,5%), efeito direto do reajuste extraordinário nas tarifas cobradas dos consumidores. A área de geração, no entanto, viu cair a receita em 15,2%, refletindo uma queda no preço da energia vendida no mercado à vista com a melhora nas chuvas a partir do segundo semestre do ano passado.
Ao mesmo tempo, a empresa registrou uma elevação de 18,7% no custo da energia comprada para revenda, que representa um gasto anual de R$ 6 bilhões no ano passado. No total, os custos operacionais subiram 4,5%, para R$ 12,9 bilhões.
A redução no lucro foi diretamente influenciada por uma elevação de 92% nas despesas financeiras, que levaram a um resultado financeiro negativo de R$ 110 milhões no ano passado, contra um saldo positivo de R$ 130 milhões em 2014.
A companhia destacou em seu comunicado ao mercado que houve uma elevação de 46% no lucro líquido do quarto trimestre de 2015, na comparação com o mesmo período de 2014. No mesmo período de comparação, houve uma queda de 25% na receita operacional, que ficou em R$ 3,3 bilhões, e uma redução de 39,6% nas despesas operacionais, que ficaram em R$ 2,4 bilhões.
Endividamento
A dívida bruta da Copel cresceu 28,2% no ano passado, chegando a R$ 7,7 bilhões. Ao mesmo tempo, a dívida líquida (da qual são subtraidas as disponibilidades de caixa) fechou o ano em R$ 6,9 bilhões, levando a empresa a registrar uma relação de 2,8 vezes o lucro antes dos impostos, juros e depreciação. É o maior nível da história recente da empresa, que em 2010 apresentava uma dívida negativa de R$ 400 milhões (ou seja, tinha mais a receber do que a pagar).
Energia vendida
No ano passado, a Copel Distribuição foi afetada pela redução da demanda, em especial na área residencial. O fornecimento total de energia no ano caiu 0,7%. Houve retração de 4,3% no mercado residencial e 0,4% na rubrica “outros” (que inclui iluminação e outros serviços públicos). O consumo industrial teve alta de 1,3%, apesar da recessão, enquanto o comercial subiu 1,1%.