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PIB

Mantega admite que é difícil atingir meta de crescer 4% em 2009

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu nesta terça-feira (10) que, com a queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,6% no último trimestre do ano passado, resultado que foi divulgado pelo IBGE, ficou "difícil" atingir a meta de governo de registrar um crescimento econômico da ordem de 4% em 2009.

"Com esse resultado, ficou difícil atingir meta de 4% de crescimento", disse a jornalistas. Ele não quis, porém, fazer previsões para o crescimento da economia brasileira em 2009. Se limitou a dizer que o país ainda registrará crescimento, ou seja, PIB positivo, neste ano.

"Estamos vivendo um período de grande volatilidade [sobe e desce de cotações de bolsas, dólar, etc]. Então, é difícil fazer previsões neste momento. Depende, por exemplo, se os Estados Unidos vão salvar os bancos, se o crédito e o comércio internacional retornam ao patamar de antes. São incógnitas que dificultam fazer uma previsão. Acredito que teremos um cenário mais definido nos próximos meses. O PIB será positivo em 2009", disse ele.

Segundo sua avaliação, o crescimento econômico deverá ser "moderado" no primeiro semestre deste ano, acelerando-se somente nos seis últimos meses deste 2009. "No segundo semestre, a economia deverá acelerar e retomar um crescimento maior. Mesmo porque uma série de medidas que estão sendo tomadas deverão surtir efeito. Continuamos comm um problema de crédito para pequenas e médias empresas e o custo financeiro continua elevado no país. Esses são os desafios que temos pela frente", disse Mantega.

Orçamento federal

Em 20 de março, informou o ministro da Fazenda, dever ter "alguma previsão" para o PIB deste ano na revisão do orçamento de 2009. Entretanto, disse que ela pode não ser "definitiva".

Atualmente, o orçamento traz a previsão de que o país crescerá 3,5% neste ano. Ao informar que o número deverá ser revisado, Mantega indica que o PIB não chegará a 3,5% de expansão em 2009.

No início deste ano, o govenro fez um bloqueio provisório de R$ 37,2 bilhões em gastos do orçamento, o maior de ambos os mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No próximo dia 20, segundo o ministro, deve ser anunciado o corte definitivo, que, segundo informou Mantega, deverá ser "significativo".

Os cortes no orçamento se fazem necessários para o governo atingir a meta de superávit primário (economia para pagar juros da dívida pública e manter sua trajetória de queda) deste ano de 3,8% do PIB para todo o setor público. Com a queda de arrecadação, decorrente da crise, os ajustes têm de ser feitos nos gastos correntes e nos investimentos - que o governo tem informado que busca poupar.

Recessão técnica

Na visão do ministro da Fazenda, a economia brasileira não deverá entrar em recessão técnica, que se caracteriza por dois trimestres consecutivos de queda do PIB. Como o crescimento foi negativo nos três últimos meses de 2008, a recessão técnica se configurará se houver um novo recuo do PIB no primeiro trimestre deste ano.

"A indicação é que não haverá recessão técnica. Já temos sinais de recuperação no primeiro trimestre deste ano de alguns setores, como construção civil e a indústria automobilística", disse ele.

PIB do quarto trimestre

Ao comentar o PIB do quarto trimestre de 2008, que teve recuo de 3,6% contra o trimestre anterior, Mantega admitiu que houve uma "redução considerável". No terceiro trimestre do ano passado, a taxa de crescimento foi de 6,8%.

"Houve retração da economia, sofrendo os impactos da crise internacional. A retração se deu praticamente em todos os setores, porque boa parte da produção deu férias coletivas, parou de produzir, para queimar os estoques e fazer caixa e enfrentar a escassez de recursos financeiros. Deste modo, tivemos até uma parada maior do que seria necessário. A crise é mais forte lá fora, e mais moderada aqui. Mas nos atingiu no quarto trimestre", disse ele.

Resultado do ano passado

A respeito do resultado do PIB em todo ano de 2008, que registrou um crescimento de 5,1%, Mantega disse que ele foi "excelente". "O nível de investimentos atingiu 13,8% e, com isso, os investimentos, na proporção com o PIB, atingiram a marca de 19%. É um resultado bastante positivo", disse ele.

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