Um dia depois da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduzir os juros básicos da economia em 0,25 ponto percentual , o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do BC, Henrique Meirelles, negaram qualquer rixa em relação ao ritmo da queda da taxa.

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Em entrevista coletiva em Davos, onde chegaram nesta quinta-feira para o Fórum Econômico Mundial, acompanhados do presidente Lula, que pediu mais investimentos dos países desenvolvidos nas regiões mais pobres , os dois procuraram desfazer o clima de desentendimento.

Na segunda-feira, ao anunciar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) , Mantega causou constrangimento ao citar o nome de Meirelles, frisando que o mercado esperava a queda da taxa de juros.

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Apesar de a declaração ter causado mal-estar, já que representa o aumento da pressão política sobre o BC, o Copom respondeu às expectativas do mercado, reafirmou sua autonomia e reduziu o ritmo do corte da taxa de juros. Em vez de alterar a taxa em 0,5 ponto percentual, conforme vinha fazendo nas reuniões anteriores, o Copom decidiu por uma queda de apenas 0,25 ponto, para 13% ao ano.

Nesta quinta-feira, o ministro da Fazenda continuou dizendo esperar que a trajetória descendente da taxa seja mantida, mas baixou o tom de cobrança:

Mantega disse que nunca pediu publicamente ao BC que acelerasse o ritmo dos cortes e afirmou que a instituição monetária já está caminhando para a queda dos juros:

- O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) deu um passo nessa direção - comentou.

Na reunião desta semana, três dos oito membros do Copom votaram por um corte maior, de 0,50 ponto percentual.

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Já o presidente do BC rechaçou os rumores de que esteja sob pressão do governo por um corte mais rápido no juro.

- Temos uma relação muito amigável e bem-humorada. Estamos de completo acordo - disse, acrescentando que as políticas do governo Lula devem trazer um crescimento econômico mais forte ao Brasil.

Os dois posaram sorridentes para as câmeras e refutaram qualquer especulações sobre uma disputa em torno da velocidade dos cortes.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer impulsionar o crescimento para 5% ao ano com o Programa de Aceleração do Crescimento, que prevê isenções fiscais e verbas para projetos em infra-estrutura como estradas e usinas elétricas.

-`Acredito que podemos chegar lá (nos 5%) logo - disse Mantega, acrescentando que espera um crescimento de 4,5% em 2007.

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Atualmente, o juro está em seu menor patamar em 20 anos, mas a economia brasileira, a maior da América Latina, tem crescido a uma das menores taxas da região. Economistas esperam um crescimento de 3,5% em 2007.