Depois de atingir o menor número de vendas dos últimos 15 anos – 378 unidades em maio deste ano – o mercado de imóveis usados volta a apresentar tímido crescimento. No acumulado de junho a setembro de 2016, foi registrado uma média de 540 imóveis vendidos por mês, representando crescimento de 6% na comparação com o mesmo período de 2015, quando a média de vendas foi de 507 unidades.
Os dados são do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), ligado ao Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR).
Junto dos números absolutos, a Venda de Usados Sobre a Oferta (Vuso), que mostra a relação de vendas diante da quantidade em estoque, também apresentou crescimento, indo de 2,5 para 2,7, na comparação dos acumulados de junho a setembro de 2015 com o de 2016. Isso se deve à diminuição de 1,06% no número de imóveis usados em estoque, que foi de 20.290 unidades no acumulado de junho a setembro, para 20.076 no mesmo período de 2016.
Para Luciano Tomazini, vice-presidente de comercialização imobiliária do Secovi-PR, a pequena diminuição do estoque se deu pelo aumento das vendas e pelo menor número de lançamentos de empreendimentos grandes no período. “Esse número está oscilando um pouco, mas se mantém alto. E as grandes entregas das construtoras já aconteceram. Quando a economia se restabelecer, essa quantidade deve diminuir ainda mais”, analisa.
Quanto ao ticket médio de venda de usados, no mês de setembro deste ano o valor chegou a R$ 379.656,40, frente aos pouco mais de R$ 300 mil registrados no mesmo mês de 2015.
Segundo Luciano Tomazini, é preciso fazer uma comparação mais a longo prazo para que se perceba esse leve crescimento. “O processo político que se desenvolveu no primeiro semestre deste ano afetou de forma única o mercado, de maneira que é preciso comparar com anos anteriores para podermos observar o movimento”, comenta.
A comparação dos quadrimestres, confirma Tomazini, é mais assertiva para mostrar o início da recuperação do setor. “Só não podemos esquecer que a oscilação ainda é grande”, reforça.
Pagamento
O mês de setembro de 2016 marcou nova virada na forma de pagamento dos imóveis usados, em Curitiba. Em 54% das vendas, o pagamento foi feito à vista, enquanto 44,8% foram financiados, e 1,2% em outras formas de pagamento. Antes disso, apenas no mês de maio as vendas à vista eram a maioria – 60%.
Para Luciano Tomazini, com as taxas de crédito mais altas, diminui o número de pessoas que parcelam a compra o imóvel. “Não quer dizer que está aumentando o número de pessoas que compram à vista. Esse número se mantém. Mas como as pessoas estão esperando as taxas de crédito diminuírem, o número de vendas parceladas também cai”, explica.
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