O mercado formal de trabalho registrou em março a geração líquida (diferença entre admissões e demissões) de 19.282 empregos. O resultado ficou ligeiramente acima do apresentado no mesmo período do ano passado, que foi de 13.117 vagas, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Esse é o primeiro saldo positivo do mercado de trabalho neste ano.
Para este mês, a expectativa também é positiva, afirmou o ministro do Trabalho, Manoel Dias. “O que nos mostram os resultados é que nós começamos uma recuperação e abril certamente será melhor do que março”, disse.
No trimestre, de janeiro a março, houve o fechamento de 50,3 mil postos de trabalho – em janeiro foram eliminados 81.774 postos com carteira assinada e em fevereiro, outras 2.415. O resultado é reflexo da baixa atividade econômica, sentida mais intensamente nos setores da construção civil e da indústria.
A Operação Lava Jato, que paralisou obras no setor petroquímico, afetou em cheio o mercado de trabalho brasileiro, sobretudo em Estados como Rio de Janeiro e Pernambuco.
“No nosso entendimento estamos vivendo uma crise de política que impacta também a economia”, afirmou Dias, acrescentando que os desdobramentos do escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras têm prejudicado a criação de postos.
Setores
Em março, o setor de serviços foi responsável pela contratação de 53,8 mil trabalhadores, compensando as demissões em segmentos da economia mais fragilizados.
Nesse setor, destacam-se as atividades de ensino, administração de imóveis, medicina e medicina veterinária, transporte e comércio.
Já a indústria de transformação (metalúrgica, mecânica, têxtil etc) fechou 14,7 mil postos, enquanto que em março do ano passado havia criado 5.500 vagas. O setor de construção civil fechou 18,2 mil postos.