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A falta de moedas nos estabelecimentos de Curitiba afeta comerciantes e ambulantes que precisam recorrer a estratégias para arrecadarem trocos com clientes e funcionários. Se até pouco tempo a principal reclamação era pelo sumiço das moedas de baixo valor, como de R$ 0,05 e R$ 0,10, até mesmo as maiores, de R$ 0,50 e R$ 1, desapareceram dos caixas dos lojistas da região.

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O que sobra para muitos empresários é o prejuízo. Gerente de uma lotérica no Centro de Curitiba, Adirço Pandini precisou recorrer a um intermediário para conseguir troco. Essa pessoa compra as moedas recolhidas por empresas de ônibus e repassa para a lotérica com um acréscimo de 5%.

“Compro de R$ 3 mil a R$ 5 mil em moedas por mês”, afirma Pandini. Ele conta que em bancos não consegue trocar o dinheiro e que os clientes se acostumaram a só trazer notas grandes para pagar as contas. Para não faltar o troco ao cliente, compra o estoque de moedas todos os meses.

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Catamoeda

Uma das soluções criadas para o problema da falta de moedas é o CataMoeda. A startup aluga para os comerciantes máquinas que coletam moedas e devolvem o dinheiro para os consumidores com bônus de até 10% para usar no estabelecimento ou o valor depositado em cédulas. Também há opção de doar o valor para instituições de caridade. Para ter o produto, o empresário gasta, em média, R$ 730 por mês ou 5% do total de dinheiro arrecadado. Os principais clientes da empresa são supermercados, farmácias, padarias e lojas de conveniência. A rede de supermercados Condor foi a primeira cliente da startup, em 2013, e continua até hoje. No Paraná, existem 16 máquinas espalhadas pela região.

A mesma reclamação faz a gerente da farmácia Panvel no centro de Curitiba. Ana Maria Nazaré conta que a maioria dos clientes paga as contas em dinheiro e, normalmente, só traz cédulas na carteira. “Ontem mesmo (terça-feira, 29), não tinha nenhuma moeda no caixa. As atendentes precisam implorar para os clientes acharem uma moeda perdida na bolsa”, conta.

Uma solução adotada pela Panvel para contornar o problema foi aderir a campanha Troco Amigo, do Hospital Pequeno Príncipe. O cliente que quiser, pode doar o troco da compra ao hospital. A Panvel repassa o dinheiro doado e fica com as moedas.

Uma das explicações para a falta de moedas é a redução da produção nos últimos dois anos. Em 2015, a Casa da Moeda fabricou pouco mais de 657 milhões de unidades, número superior as 400 milhões produzidas no ano anterior, mas que representa apenas 28,6% das 2,3 bilhões de moedas feitas em 2013.

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Existem 23,8 bilhões de moedas em circulação, segundo o Banco Central, mas o hábito de as pessoas esquecerem ou perderem os trocos que recebem também contribui para o sumiço. Para amenizar o problema, os comerciantes precisam comprar moedas de terceiros ou ter “cara de pau” e pedir para todos – clientes, funcionários e parentes.

Empresas investem em campanhas de arrecadação de troco

Para evitar a falta de troco nos caixas, as empresas estão investindo em campanhas internas e oferecendo brindes para clientes que pagam com moedas. É o caso da concessionária Ecovia que realizou uma campanha com os funcionários para estimular a arrecadação do troco.

A ideia veio para resolver o problema da tarifa quebrada cobrada nos pedágios ao longo das rodovias que ligam Curitiba ao litoral. Os bancos não estavam atendendo aos pedidos de troco da companhia e a opção de buscar em outros estados, como em Belo Horizonte e São Paulo, tem um alto custo logístico.

A estratégia foi lançar em maio de 2015 uma campanha para os funcionários arrecadarem moedas em troca de prêmios e brindes, como TV e relógios. Quem conseguiu de R$ 0,05 e R$ 0,10, por exemplo, recebia pontuação extra.

Foram arrecadadas 500 mil moedas pelos funcionários na primeira edição da campanha. Para 2016, segundo Luciane Zacarkim, coordenadora de Arrecadação da Ecovia, a ideia é continuar com a ação.

Ela afirma que, apesar do resultado positivo, a empresa ainda não está com moedas sobrando. “Até novembro, enfrentávamos o problema com moedas de R$ 0,10 devido nossa tarifa ser quebrada. A partir de dezembro, nosso problema passou para moedas de R$ 1,00 e cédulas de R$ 2,00”, diz Zacarkim.