Atualizado em 12/05/2006 às 18h43

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Depois de, na véspera, ter radicalizado o discurso contra o Brasil e a Petrobras, o presidente da Bolívia, Evo Morales, tentou amenizar seus ataques nesta sexta-feira, em entrevista coletiva ao participar da cúpúla de chefes de Estado da América Latina e União Européia (UE), na capital austríaca. Morales disse que se reunirá com o "colega" brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, "para assentar as bases" de um acordo sobre a nacionalização de hidrocarbonetos de seu país.

Morales diz agora que os meios de comunicação interpretaram de maneira equivocada suas declarações anteriores sobre a Petrobras.

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- Temos muitas coincidências com Lula. O diálogo e a negociação sempre estão abertos - disse o líder boliviano, acrescentando que os dois se reunirão neste sábado.

O chanceler brasileiro, ministro Celso Amorim, que mais cedo deixou claro que não descartava retirar o embaixador brasileiro em La Paz ( saiba mais )., avaliou como positivas as novas declarações do presidente da Bolívia.

Em entrevista, Morales disse que não está expulsando do país a Petrobras e nem a espanhola Repsol e que, ao contrário, a Bolívia "precisa de sócios" para seu setor energético.

Na véspera, em entrevista transmitida pela televisão, ele acusou a Petrobras de atuar ilegalmente na Bolívia ( saiba mais ) e trouxe à tona a chamada Questão do Acre - sobre o estado brasileiro que, segundo o líder boliviano, foi obtida pelo Brasil em troca de um cavalo. Isso não bastasse, nesta sexta-feira o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia disse que seu país pretende vetar a participação da Petrobras no projeto do Gasoduto do Sul , o que também provocou a reação do chanceler Celso Amorim.

O Itamaraty confirmou que Lula e Morales tomarão juntos um café da manhã, neste sábado, em Viena. Perguntado sobre as divergências e choques de declarações, Lula foi lacônico:

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- Depois de conversar com ele (Morales) é que vou saber - disse o presidente brasileiro a jornalistas, quando chegava ao hotel após participar da cúpula de chefes de Estado.

Lula falou do café da manhã com Morales e informou que não participaria do jantar oficial da cúpula, marcada para a noite desta sexta-feira. Na noite anterior, ele também não compareceu ao jantar.

Sobre o cancelamento de uma reunião presidencial de Mercosul e União Européia, marcada para o sábado, Lula afirmou:

- Saí do Brasil já sabendo que não tinha, porque Kircher não podia, porque o Tabaré Vázquez não podia. Não vou fazer só eu, o Celso e o Paraguai.

Morales, por sua vez, revelou que em 18 de maio vai se reunir com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, na região boliviana de Chapare, onde serão assinados acordos energéticos entre as petrolíferas estatais de ambos os países, PDVSA e YPFB.

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