O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu nesta segunda-feira paciência aos setores políticos e sindicais que exigem a nacionalização do setor petrolífero e disse que o governo está "muito avançado" nesse projeto.

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A nacionalização dos hidrocarbonetos se baseará no exercício pleno do direito de propriedade do Estado boliviano sobre esses produtos, disse o presidente, que no fim de semana completou três meses de mandato.

- Se revirem a história das nacionalizações, outros governos demoraram cinco, dez meses, nós estamos mais acelerados - disse a jornalistas o indígena que chegou à Presidência com promessas de nacionalização petroleira e convocação de uma Assembléia Constituinte.

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- Não é um problema de normas, é um problema de tipo operacional, e estamos muito avançados-, acrescentou.

A Central Operária Boliviana, que na semana passada comandou um protesto nacional de impacto limitado, anunciou na segunda-feira que a principal bandeira nas passeatas do Primeiro de Maio será a nacionalização dos combustíveis.

O decreto sobre o setor petrolífero foi anunciado várias vezes como iminente por ministros e outros funcionários desde a primeira semana do governo Morales, um duro crítico das multinacionais e partidário de uma maior intervenção do Estado na economia.

Morales afirmou que, apesar da expectativa gerada por esses anúncios, não vai entrar em um "debate de datas" sobre a nacionalização, "por uma questão de segurança e operabilidade" e porque seu governo não fixou em momento algum um prazo para a medida.

O presidente admitiu, porém, que o governo tropeçou em mais problemas que o previsto na reconstrução da estatal YPFB, principalmente porque os poucos profissionais bolivianos capacitados estavam trabalhando para multinacionais como a Petrobras .

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- Temos especialistas, mas quase todos trabalham para as petroleiras transnacionais, e a Bolívia tem de armar um exército de especialistas para manejar seus recursos naturais - acrescentou.