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No Pará, Lula critica "gringos" que protestam contra usina de Belo Monte

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender na tarde desta terça-feira (22), em Marabá (PA), a construção da usina de Belo Monte, no Rio Xingu. Durante cerimônia de início da terraplanagem da usina siderúrgica Aços Laminados do Pará, Lula criticou a participação de estrangeiros em protestos contra a hidrelétrica e a tentativa de interferência deles em decisões que envolvem a floresta Amazônica.

"De vez em quando vem um gringo dar palpite sobre o Brasil. Precisamos mostrar ao mundo que ninguém mais do que nós quer cuidar da nossa floresta. Mas ela é nossa. E que gringo nenhum meta o nariz onde não é chamado, porque saberemos cuidar das nossas florestas e do nosso desenvolvimento", disse.

Em abril o diretor do filme "Avatar", James Cameron, veio ao país participar de protestos contra Belo Monte. Na ocasião, o cineasta, nascido no Canadá e que mora nos Estados Unidos, disse que a usina de Belo Monte "não é um problema só do Brasil".

Ele afirmou que iria pedir apoio de congressistas norte-americanos na luta contra o projeto. "Esta não é uma questão só do Brasil, mas do mundo todo. Vou para Washington para conversar com senadores", disse.

Ainda durante o discurso em Marabá, Lula ressaltou que foram destinados R$ 4 bilhões no projeto da hidrelétrica para preservação ambiental na região do Rio Xingu e compensações à população ribeirinha.

O presidente fez um discurso curto, de seis minutos, e mostrou desconforto com o calor. "Antigamente, se fosse outro governo, o presidente não faria o anúncio debaixo de uma tenda de lona. Está um pouco melhor do que a tenda dos sem terra, mas mesmo assim está muito quente. Nem eu estou aguentando isso aqui", disse.

Mais cedo nesta terça, em Altamira (PA), Lula participou de um ato em apoio a Belo Monte. Durante o evento, ele afirmou que a construção da usina levará em conta os aspectos ambientais e gerará empregos para a região. "Vamos utilizar energia limpa e preservar o meio ambiente. É meu compromisso", afirmou.

A hidrelétrica de Belo Monte é alvo de contestação dos movimentos sociais e de ambientalistas. Ambos alegam que os lagos da represa da hidrelétrica vão inundar 30 terras indígenas legais e afetarão um terço do município de Altamira.

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