A presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, disse nesta quinta-feira que ficou satisfeita com o desfecho do leilão da Varig, mas admitiu que nos próximos 30 e 60 dias haverá momentos críticos na companhia em decorrência da definição do destino dos cerca de 9,5 mil trabalhadores da Varig, já que boa parte deles não será inicialmente absorvida pela nova empresa - agora de propriedade da VarigLog.
Segundo Graziella, os sindicatos dos Aeronautas e dos Aeroviários, e Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac) já estão em contato com outras companhias aéreas que operam no país para tentar encontrar vagas para a realocação dos trabalhadores que não forem aproveitados na nova Varig.
Em reunião com representantes da VarigLog, logo após o resultado do leilão, os sindicatos foram informados de que, inicialmente, a nova Varig deverá absorver aproximadamente 1.680 trabalhadores, dos quase dez mil que compõem o quadro atual de empregados da companhia. No entanto, tudo dependerá da negociação com as empresas de leasing, sinalizou a VarigLog.
Segundo Graziella Baggio, a VarigLog espera que, na audiência a ser realizada nesta sexta-feira na Corte de Falências de Nova York, a empresa possa recuperar aviões hoje parados por decisão judicial ou impedidos de operar.
A partir daí, com novos contratos, a empresa aumentaria também o número de empregados. O número previsto de funcionários por avião, segundo a VarigLog, deverá ser de cerca de 110 pessoas, considerada a média do mercado mundial de aviação civil - em tempos de auge, a Varig chegou a ter 150.
Graziella disse também que os representantes da VarigLog reforçaram, durante o encontro, o comprometimento de absorver os profissionais que ficarem fora da companhia após este primeiro momento.
A sindicalista disse ainda que o sindicato aguarda que o presidente da Varig em recuperação, Marcelo Bottini, envie a proposta sobre o acordo com os trabalhadores que deverá incluir as verbas rescisórias.
- Ainda não falamos com ele (Bottini). Nossa expectativa é que a Varig em recuperação pague estas rescisões. O valor calculado de verbas rescisórias em um relatório da Delloite (consultoria que administra judicialmente a companhia) previa o custo de US$ 65 milhões para pagamento destas rescisões.
Expectativa
Segundo ela, a proposta da Varig deverá ser entregue até o início da próxima semana e a expectativa da sindicalista é de que em aproximadamente dez dias seja convocada uma assembléia de funcionários para que seja votado o plano que foi apresentado.
Perguntada sobre a situação dos trabalhadores a partir de amanhã, Graziela informou que a orientação é que os empregados continuem trabalhando normalmente, apesar de ela ter reconhecido que muitos deles não têm sequer condições de se locomover ao trabalho em decorrência dos atrasos no pagamento dos salários.
Segundo a sindicalista, é sabido que a atual frota da Varig, composta por 13 aviões, não demanda o montante atual de trabalhadores. A companhia mantém 40 aeronaves paradas por problemas de manutenção ou por determinação judicial.
Como a PF costurou diferentes tramas para indiciar Bolsonaro
Cid confirma que Bolsonaro sabia do plano de golpe de Estado, diz advogado
Problemas para Alexandre de Moraes na operação contra Bolsonaro e militares; assista ao Sem Rodeios
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast