O governo federal garante que não será preciso racionar energia neste ano e essa hipótese parece mesmo ter ficado um pouco mais distante nas últimas semanas. A melhora dos reservatórios do Sudeste e a estagnação do consumo já fazem algumas consultorias revisarem para baixo a probabilidade de um racionamento, muito embora nessa decisão também pese a ferrenha disposição do Planalto em levar o sistema elétrico ao limite – e gastar o que for preciso, repassando depois a conta aos consumidores – para não recorrer à medida adotada pela gestão FHC em 2001.
Mas o governo depende de uma série de condições para cumprir sua “meta”. Além de esperar por muita chuva, as autoridades do setor estão na incômoda posição de torcer para que a economia não volte a crescer tão cedo, uma vez que isso elevaria o consumo e apertaria ainda mais o quadro de oferta e demanda de energia. Também será preciso manter as térmicas ligadas no máximo, por mais pesados que sejam os custos; trabalhar por uma boa adesão ao programa de estímulo ao uso de geradores, que também terá preço elevado; e contar com a entrega no prazo de uma série de obras de geração e transmissão.
“Tudo isso é importante. Mas o fator determinante será a chuva”, diz Fábio Cuberos, gerente de regulação da comercializadora Safira Energia. “É possível, sim, que os reservatórios cheguem a novembro em 10% da capacidade, como espera o governo. Mas esse porcentual é o limite mínimo e vai manter o setor em dificuldades em 2016”, avisa.
Confira abaixo de que o governo precisa para evitar o racionamento: