O Brasil precisa contar os gastos do governo e atrair investimentos privados se quiser derrotar a inflação e combater os riscos provocados pelos fluxos de entrada de capital voláteis afirmou a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em seu mais recente relatório econômico global a OCDE disse que a inflação e os fluxos de capital continuam sendo as principais ameaças para o País.
"Um risco importante é a inflação mais alta, que pode colocar em perigo a credibilidade do banco central (brasileiro)", afirmou a instituição. "Os fluxos de entrada de capital podem exacerbar esse risco, embora uma mudança no sentimento que reverta esses fluxos possa prejudicar o crescimento."
Segundo a OCDE, os cortes nos gastos públicos anunciados mais cedo neste ano, que deixaram programas sociais e de infraestrutura intocados, foram um passo importante para ajudar a reduzir as pressões inflacionárias. Mas a instituição acrescentou que a credibilidade do governo seria melhorada com a implementação de "um plano de médio prazo de consolidação fiscal para otimizar o crescimento".
Em particular, a instituição recomendou um programa orçamentário plurianual que garantiria aos mercados que a redução dos gastos não será revertida com o tempo. Sobre a questão dos fluxos de moeda e da volatilidade no câmbio, a OCDE disse que o Brasil ainda tem mais trabalho a fazer para aprofundar seus mercados de capital. "No médio prazo, promover o desenvolvimento dos mercados financeiros de longo prazo aumentaria a capacidade do país de absorver os fluxos de capital e elevar o crescimento potencial", afirmou.
A OCDE observou que as perspectivas para a atividade econômica local permanecem positivas, com uma expansão prevista em torno dos níveis potenciais. A instituição projeta crescimento real de 4,1% no Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2011 e de 4,5% em 2012. Para a inflação, a expectativa é de recuo gradual, para 5 1% em 2012, ante taxa de cerca de 6,6% neste ano.
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