A operadora de telecomunicações Oi teve lucro no segundo trimestre, recuperando-se de prejuízo no mesmo período do ano passado, ajudada pela redução de custos e despesas operacionais nas operações brasileiras, informou nesta quinta-feira (13).
A empresa teve lucro líquido de 671 milhões R$ no segundo trimestre, ante prejuízo de R$ 217 milhões no período de abril a junho de 2014. O resultado líquido também inclui a venda das operações da PT Portugal, concluída no início deste ano.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de rotina das operações brasileiras aumentou 10,7% em relação ao segundo trimestre de 2014, para R$ 1,81 bilhão.
Custos
O resultado do trimestre foi afetado positivamente pela redução de 10,5% nos custos e despesas operacionais nas operações brasileiras, para R$ 4,7 bilhões, com diminuição de quadro de funcionários e de custos de investimentos.
A receita líquida total no Brasil atingiu R$ 6,56 bilhões, queda de 5,5% na comparação anual, afetada pela baixa das taxas de interconexão, pela redução da receita com aparelhos e pela diminuição da receita de voz.
“Em abril, a Oi terceirizou a operação de handsets (aparelhos), gerando uma queda de aproximadamente R$ 140 milhões na receita de aparelhos da mobilidade pessoal”, disse a empresa em seu relatório de resultados, completando que a iniciativa irá melhorar a margem e o capital de giro.
A receita líquida de serviços, que exclui receita de vendas de aparelhos, ficou em R$ 6,49 bilhões, queda de 3,3% frente à mesma etapa de 2014, também afetada pela queda da taxa de interconexão e cenário econômico mais difícil.
A receita líquida de serviços do segmento residencial caiu 2,4%, para R$ 2,46 bilhões, enquanto a receita líquida de clientes de mobilidade pessoal (celular) atingiu R$ 1,76 bilhão, aumento de 3,5%, ano contra ano, com aumento de 2,7% das recargas pré-pagas impulsionadas pelo crescimento da utilização de dados, cujas receitas subiram 51%.
Já a receita líquida do segmento corporativo e de pequenas e médias empresas diminuiu 4,5% no período, segundo a empresa, afetada pelo cenário macroeconômico ruim.
A receita líquida das operações internacionais (África e Timor Leste) cresceu 4,7% ano contra ano, devido a efeitos cambiais relacionados às operações na Namíbia.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado da Oi ficou em R$ 1,899 bilhão, alta de 5,4% na mesma base de comparação.
A empresa reiterou sua projeção de Ebitda entre R$ 7 bilhões e R$ 7,4 bilhões no ano e melhora no fluxo de caixa operacional entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,8 bilhão para as operações brasileiras.
Investimentos
Os investimentos nas operações brasileiras ficaram em R$ 1,04 bilhão no segundo trimestre, queda de 24,5% ano contra ano. “Os principais projetos de infraestrutura da companhia estão evoluindo à frente do previsto e abaixo do orçamento, apesar do atual ambiente desafiador”, disse a Oi.
Já os custos e despesas de pessoal das operações brasileiras caíram 15,8%, resultado da redução de quadro de funcionários ocorrida em abril deste ano.
A base de clientes pré-pagos atingiu 40,72 milhões, queda de 2,6% ano contra ano devido a políticas de limpeza de base, segundo a Oi. As recargas, contudo, tiveram crescimento de 2,7% devido a ofertas e à estratégia de cortar a Internet de clientes após o fim da franquia de dados. A base de clientes do pós-pago alcançou 7,04 milhões, aumento de 3,2%, o equivalente a 14,7% da base total.
O ARPU (receita média por cliente) móvel ficou em R$ 16,3 reais no segundo trimestre, queda de 8%, afetado pela redução nas tarifas de interconexão, parcialmente compensada pela alta na receita de dados e pelo volume de recargas no pré-pago. A dívida líquida da empresa ficou em R$ 34,64 bilhões, afetada pelo pagamento anual da licença 3G, pagamento de taxa bianual de concessão e pelo resultado financeiro. “Para o segundo semestre, espera-se uma redução no consumo de caixa, dado que os pagamentos não recorrentes do primeiro semestre não se repetirão”, disse a Oi.
Após vender suas operações portuguesas, a PT Portugal, a Oi disse que continua “focada na venda de ativos, na redução das despesas financeiras, no alongamento da dívida e no fortalecimento de seu balanço patrimonial”.