O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse nesta sexta-feira que o pagamento esta semana de mais de R$ 5 bilhões em outorgas pelas empresas vencedoras do leilão de 4G na faixa de 700 megahertz (MHz) foi importante para o governo.
"As empresas estão sendo vistas como heroínas em alguns blocos da Esplanada. Mas será que as pessoas estão mais preocupadas com o superávit primário do que com a melhoria da qualidade do serviço?", brincou, depois de participar do evento de assinatura de contratos entre a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e as operadoras Claro, TIM, Telefônica Vivo e Algar Telecom.
De acordo com Bernardo, nos próximos quatro anos, o 4G pode se consolidar como a principal tecnologia de banda larga móvel. "As empresas sabem que na verdade pagaram barato pela faixa, porque esse será o serviço predominante. A frequência de 700 MHz é o filé mignon para se fazer o 4G", comentou.
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende, avaliou que a assinatura dos contratos de 4G dá início a um processo "promissor" de inovação tecnológica para a indústria brasileira. Ele minimizou a frustração de arrecadação em outorgas de R$ 5,1 bilhões, ante os R$ 8 bilhões previstos originalmente pelo governo.
"Independentemente de quanto o leilão de 4G arrecadou, temos que olhar a importância do leilão para a indústria de telecomunicações. Até 2018, teremos processo de modernização e avanço tecnológico tanto para a radiodifusão quanto para a os serviços de telefonia e banda larga. Estaremos incentivando indústria brasileira a encontrar soluções para os dois setores", afirmou.
Segundo Rezende, apesar do atraso no cronograma do leilão, a negociação realizada com as teles e os radiodifusores que atualmente ocupam a frequência fizeram com que a Anatel "amadurecesse". Paulo Bernardo acrescentou que essa negociação evitou "uma briga de elefantes". "Todos os setores hoje avaliam que fizemos uma modelagem a contento", disse o ministro.