Sob a expectativa de um desfecho para o caso Varig, e em meio às notícias de cancelamento de 48 vôos no fim de semana, o mercado voltou a discutir nesta segunda-feira a necessidade de se ter um plano de contingência caso a empresa deixe de operar. Embora as autoridades evitem falar no assunto, o plano está pronto e incluiria até o recrutamento de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Em recentes declarações à imprensa, o diretor-geral da Agência Nacional de Aviação Civil, Milton Zuanazzi, afirmou:
- Plano temos, mas bombeiro não fala de incêndio.
Já as empresas que atuam no mercado esbarram em dificuldades operacionais. A TAM - que atualmente lidera o ranking do mercado doméstico com 44,3% (janeiro a maio) de participação e é a segunda companhia aérea entre as brasileiras que disputam o mercado internacional, com 23,89% contra 69,6% da Varig - teria dificuldades operacionais para complementar a oferta:
- A TAM tem necessidade de aeronaves e pilotos. E isso demanda tempo - disse o diretor de vendas da TAM, Klaus Kuhnast.
Segundo o executivo da TAM, o planejamento estratégico da empresa sempre considerou a presença da Varig como concorrente, mesmo em análise de cenários de longo prazo:
- Nossa estratégia é de ganho de mercado. Assim como há rotas operadas pela Varig que nos interessam, há rotas que não nos interessam - avaliou.
Questionado se a empresa vem absorvendo passageiros da Varig com o cancelamento de vôos nos últimos dias, o executivo respondeu:
- A Varig tem perdido mercado tanto no segmento doméstico como no internacional. A TAM e a Gol têm absorvido parte destes passageiros.
Das rotas que a Varig deixou de atender no mercado internacional, a TAM se prepara para assumir apenas os vôos para Inglaterra, atualmente oferecidos apenas pela companhia British Airways.
- Para este ano, temos apenas em mente o novo vôo para Londres, em outubro. Nada mais está previsto - informou Kuhnast.
Considerando as linhas intercontinentais, a TAM já voa para Paris, Nova York, Miami. Na América do Sul, opera para Buenos Aires, Assunção, Ciudad Del Este (Paraguai), Montevidéu e Punta Del Este, no Uruguai; Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba, na Bolívia. Além disso, a TAM iniciou em março code-share com a Taca para Lima, no Peru. No Brasil, a TAM chega a 46 destinos e, com os acordos comerciais com empresas regionais, atinge 71 localidades.
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