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Justiça

Polícia apreende iate do empresário Eike Batista

Um perito judicial foi enviado para avaliar o iate da marca Pershing, para posterior leilão, que deve ocorrer nos próximos dias | Reprodução/TV Rio Sul
Um perito judicial foi enviado para avaliar o iate da marca Pershing, para posterior leilão, que deve ocorrer nos próximos dias (Foto: Reprodução/TV Rio Sul)

A polícia apreendeu, na manhã desta quarta-feira (11), o iate Spirit of Brazil, pelo menos três jet-skis e motores náuticos na casa do empresário Eike Batista em Angra dos Reis.

É mais um revés para Eike. Nesta terça-feira (10), a Polícia Federal e o Ministério Público conseguiram aval da Justiça para repatriar bens de Eike no exterior.

Um perito judicial foi enviado para avaliar o iate da marca Pershing, para posterior leilão, que deve ocorrer nos próximos dias.

A embarcação está ancorada em frente à casa do empresário no balneário. Por ser muito grande, a polícia decidiu não trazê-la para o Rio e mantê-la onde está.

Um funcionário de Eike na casa foi nomeado depositário do bem, que ele mesmo disse valer R$ 100 milhões, em vez dos R$ 30 milhões estimados inicialmente.

Bloqueio judicial

Assim como o mandado cumprido na casa onde Eike mora, na semana passada, a operação desta quarta-feira tem como objetivo apreender bens que já são alvo de bloqueio decretado pela Justiça, no fim de janeiro.

Na semana passada, foram retidos em sua casa seis carros - entre eles, a Lamborghini avaliada em R$ 2,6 milhões -, relógios, obras de arte, piano e seu celular.

O mandado e o bloqueio foram assinados pelo juiz Flávio Roberto de Souza, titular da 3ª Vara Federal Criminal, atendendo a pedido feito pelo Ministério Público Federal no ano passado, quando denunciou o empresário por supostos crimes contra o mercado de capitais.

A denúncia, acolhida por Souza, foi convertida em ação penal contra o empresário em setembro, tornando Eike réu por supostamente ter cometido "insider trading" (negociação de ações com informação privilegiada) e manipulação de mercado, na venda de ações da OGX.

Para os procuradores, Eike vendeu ações em 2013, em períodos que antecederam a divulgação de informações desfavoráveis à companhia, das quais ele tinha conhecimento desde 2012.

Os procuradores pediram, na ocasião, bloqueio de R$ 1,5 bilhão, para assegurar pagamento de indenizações ao mercado e multas, em caso de condenação do empresário na Justiça.

Na época, Souza entendeu que o valor encontrado, R$ 237 milhões, era suficiente para o pagamento. No entanto, reviu a decisão e mandou estender os efeitos dos bloqueios a R$ 3 bilhões, e incluiu na decisão os filhos de Eike Olin e Thor, a ex-mulher Lum de Oliveira e a mulher Flávia Sampaio.

Manobra

Para o juiz, há indícios de que o empresário está se desfazendo dos bens por meio de vendas e transferências.

Entre 2012 e 2013, Eike doou R$ 204 milhões aos quatro e a mais três funcionários do grupo X, além de oito imóveis aos filhos, em valor declarado de R$ 20 milhões.

Em Angra, Eike doou terrenos e imóveis aos filhos Thor e Olin em 2013, mantendo para si o direito de usufruto.

Nesta semana, a PF e o MInistério Público Federal obtiveram aval para rastrear e trazer de voltar possíveis recursos que o empresário mantém no exterior. A busca será por meio de cooperação internacional, a ser coordenada pelo Ministério da Justiça.

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