A Polícia Federal cumpre, nesta quarta-feira (11), mandado de busca e apreensão na casa de praia do empresário Eike Batista, em Angra dos Reis. O objetivo é chegar à embarcação Spirit of Brazil, de valor declarado pelo empresário em R$ 1,5 milhão, mas avaliado em R$ 30 milhões.

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Quatro equipes policiais partiram para Angra nesta madrugada. Outros alvos são jet-skis e motores náuticos que o empresário teria no local.

Assim como o mandado cumprido na casa onde Eike mora, na semana passada, a operação desta quarta-feira tem como objetivo apreender bens que já são alvo de bloqueio decretado pela Justiça, no fim de janeiro.

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Na semana passada, foram apreendidos em sua casa seis carros, relógios, obras de arte, piano e seu celular.

O mandado e o bloqueio foram assinados pelo juiz Flávio Roberto de Souza, titular da 3ª Vara Federal Criminal, atendendo a pedido feito pelo Ministério Público Federal no ano passado, quando denunciou o empresário por supostos crimes contra o mercado de capitais.

A denúncia, acolhida por Souza, foi convertida em ação penal contra o empresário em setembro, tornando Eike réu por supostamente ter cometido "insider trading" (negociação de ações com informação privilegiada) e manipulação de mercado, na venda de ações da OGX.

Para os procuradores, Eike vendeu ações em 2013, em períodos que antecederam a divulgação de informações desfavoráveis à companhia, das quais ele tinha conhecimento desde 2012.

Os procuradores pediram, na ocasião, bloqueio de R$ 1,5 bilhão, para assegurar pagamento de indenizações ao mercado e multas, em caso de condenação do empresário na Justiça.

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Na época, Souza entendeu que o valor encontrado, R$ 237 milhões, era suficiente para o pagamento. No entanto, reviu a decisão e mandou estender os efeitos dos bloqueios a R$ 3 bilhões, e incluiu na decisão os filhos de Eike Olin e Thor, a ex-mulher Lum de Oliveira e a mulher Flávia Sampaio.

Para o juiz, há indícios de que o empresário está se desfazendo dos bens por meio de vendas e transferências. Entre 2012 e 2013, Eike doou R$ 204 milhões aos quatro e a mais três funcionários do grupo X, além de oito imóveis aos filhos, em valor declarado de R$ 20 milhões.

Em Angra, Eike doou terrenos e imóveis aos filhos Thor e Olin em 2013, mantendo para si o direito de usufruto.