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Depois de dois meses do início do serviço de portabilidade numérica e Curitiba e nas cidades da região metropolitana e do Litoral do Paraná, 39.464 pedidos de mudança de operadora já foram registrados no DDD 41. O número é o terceiro maior do país e fica atrás apenas dos DDDs 62, que abrange Goiânia e região (55.655), e 31, de Belo Horizonte (42.678). Os dados são da Associação Brasileira de Recursos em Telecomunicações (ABR Telecom), entidade administradora da portabilidade numérica no Brasil, e estão atualizados até a 0 hora de terça-feira (10).

A implantação da portabilidade aconteceu de forma gradual, entre 1º de setembro de 2008 e o último dia 2 de março. A região do DDD 41 passou a ser atendida no dia 12 de janeiro, junto com os DDDs 16 (SP), 34 (MG), 35 (MG) e 74 (BA). Segundo a ABR Telecom, a maior parte dos pedidos de portabilidade na região do DDD 41 é de telefones fixos – 20.732 solicitações contra 18.723 de usuários da telefonia móvel. Curitiba e região também foi um dos mercados com a maior demanda de migração de operadora no primeiro dia da implantação do serviço (926 pedidos), ficando atrás apenas de Rio de Janeiro (966) e São Paulo (2.094).

O presidente da consultoria de telecomunicações Teleco, Eduardo Tude, explica que a grande quantidade de pedidos nos grandes centros se explica, mais que pelo número de linhas ativas, pelo maior leque de opções disponíveis aos usuários. "No caso da telefonia fixa, por exemplo, fora das capitais e regiões metropolitanas em geral há apenas uma empresa prestadora do serviço", afirma.

Tude avalia que, embora dentro da expectativa do mercado, a quantidade de pedidos ainda é considerada baixa. "A tendência é que a média de solicitações cresça com o passar do tempo, já que o usuário deixou de ficar preso à operadora, e a disputa pelo cliente entre as empresas fica cada vez mais acirrada", explica Tude.

Das 39.464 solicitações feitas em Curitiba e região, 27.108 foram atendidas, segundo a ABR Telecom. Esse número não significa que há problemas no processo de portabilidade, segundo o presidente da entidade, José Moreira. "A diferença é consequência do prazo de cinco dias úteis que a operadora tem para cumprir entre o pedido de mudança e a efetivação da migração", afirma.

"Além disso, o próprio usuário pode fazer uma solicitação e pedir para a empresa de telefonia aguardar 15 dias, por exemplo, para a transferência, caso ele queira aproveitar alguma promoção da prestadora anterior", exemplifica.

Operadoras tentam atrair clientes

Depois de dez dias de concluída a implantação do serviço de portabilidade numérica no Brasil, as operadoras de telefonia fixa e móvel lançam mão das mais diversas promoções para atrair novos clientes. "Quem ganha é sempre o usuário", garante o consultor da Teleco.

Uma das iniciativas mais ousadas é da Claro, que lançou no dia 2 o chamado Claro Teste. A medida, segundo a empresa, representa o fim do contrato de fidelização para novas linhas e da multa no caso do usuário desistir, a qualquer momento, de ser cliente da operadora. Com essa proposta, a companhia concede gratuitamente um chip a todo interessado em conhecer os serviços da operadora que já possua um aparelho GSM ou 3G compatível com a tecnologia e rede da Claro, nos planos pós-pago ou controle. No caso do chip pré-pago, o novo cliente precisa pagar um valor de R$ 15, que é revertido em créditos no mesmo valor.

Para os clientes de planos pós-pago que migram para a Vivo, a operadora oferece um aparelho grátis, além de bônus em ligações locais e mil minutos por mês para falar durante três meses. Já para os usuários de planos pré-pago e controle, a Vivo concede, por seis meses, bônus de dez vezes sobre o valor da recarga e dois finais de semana de ligações locais gratuitas para outros telefones da Vivo.

A TIM aposta na competição na telefonia fixa, setor até então pouco competitivo. No ano passado, a empresa lançou o serviço TIM Fixo e TIM Fixo Office, que contam com serviços exclusivos, como SMS. Na telefonia móvel, a operadora concede um bônus de R$ 150, que pode ser utilizado na aquisição de qualquer produto da empresa, para todos os clientes que migram para a TIM e habilitam um plano pós-pago de telefonia móvel ou fixa.

Também atuando nas duas modalidades de telefonia, a Brasil Telecom oferece opções de pacotes convergentes para atrair novos clientes. No final do ano passado, a empresa lançou o Pluri Uso, pacote que une, em uma mesma franquia de minutos, o telefone fixo e até três celulares. No Pula-Pula Máximo, o usuário tem disponível ligações ilimitadas para qualquer telefone fixo ou celular da Brasil Telecom e uma franquia de minutos exclusiva para celulares de outras operadoras.

Já a GVT lançou a oferta de banda larga de 10 Mbps por R$ 59,90 mensais, que vale para os contratos assinados até o dia 31 de março, e tem vigência de um ano. Segundo o diretor de marketing e produtos da empresa, Ricardo Sanfelice, a promoção representa um grande atrativo para novos clientes que desejam migrar de operadora. "Hoje em dia, os contratos com empresas de telefonia estão atrelados a procura por serviços de internet, não apenas da telefonia em si", diz. O valor cobrado normalmente pelo pacote é de R$ 249 por mês.

O processo

Para trocar de operadora, o usuário deve procurar a empresa para a qual quer mudar e solicitar a portabilidade. Esta operadora, por sua vez, remete a solicitação à ABR Telecom, que irá acionar a empresa de onde o usuário deseja sair.

A partir daí, as empresas têm um prazo de cinco dias úteis para efetivar a migração da linha. "Dentro deste prazo, o cliente ainda tem dois dias úteis para desistir da mudança, e comunicar a decisão à operadora a qual havia pedido para migrar", diz o presidente da ABR Telecom.

Para que o serviço seja efetivado, Moreira lembra que é necessário que os dados apresentados pelo cliente (nome, número de identidade e CPF) para a nova operadora sejam idênticos àqueles cadastrados na base de dados da operadora atual. "Se os documentos não baterem, não significa que o pedido será rejeitado, mas será necessária uma convocação para esclarecimento e comprovação de todas as informações", explica. A recomendação do presidente da ABR Telecom para evitar esse tipo de problema é que o usuário atualize seus dados antes de mudar de operadora.

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