No balanço final dos dois primeiros dias de greve dos bancários de Curitiba e região foram contabilizadas 50 agências que tiveram o atendimento prejudicado. Destas, 90% foram de bancos públicos, principalmente da Caixa Econômica Federal, segundo dados do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região.
A maioria dos serviços ao cliente não foi prejudicada. A população tem encontrado agências abertas com facilidade, exceto as da Caixa. Clientes do banco lotaram algumas casas lotéricas durante o dia.
A sexta-feira foi marcada por uma confusão na sede administrativa do HSBC no bairro do Xaxim. Manifestantes tentavam impedir a entrada dos funcionários, mas foram reprimidos pela Polícia Militar. O banco utilizava o poder de um interdito proibitório que impede o sindicato de bloquear o direito de ir e vir dos funcionários.
Mas, segundo os grevistas, a categoria conseguiu uma liminar que garante o livre exercício do direito de greve. De acordo com a liminar, ficam permitidas as manifestações em frente às agências e o livre acesso dos grevistas aos bancos.
Já na sede da Vila Hauer, principal foco das manifestações desta quinta-feira mais da metade dos funcionários foram dispensados do trabalho.
Depois de dois dias de paralisação, pode-se perceber que as pedras no sapato dos grevistas são os bancos privados. A adesão dos funcionários está abaixo do esperado e, inclusive, poucas agências tiveram suas atividades atrapalhadas. Os manifestantes alegam pressões e ameaças dos banqueiros para impedir a adesão.
Os manifestantes mantêm a greve na próxima semana e, de acordo com a presidente do Sindicato, Marisa Stédile, "o movimento de greve é progressivo. A adesão aumentou de quinta para sexta e vai aumentar ainda mais na semana que vem".
Briga salarial
Os bancários exigem um reajuste de 11,77%, já que os salários estão defasados desde o ano passado. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu oficialmente 4% de aumento e R$ 1 mil de abono. Os grevistas negam qualquer possibilidade de redução, mas especulasse que a greve pode terminar se os bancários aceitarem uma contraproposta de 8% que está em negociação.
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