A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) inverteu a tendência de alta com que vinha operando e agora opera em terreno negativo. Às 15h18m, o Índice Bovespa tinha 26.582 pontos, com queda de 1,96%. Os negócios somavam R$ 1,213 bilhão. O dólar à vista, que já operava em forte alta, agora dispara 3,24% e é negociado por R$ 2,352 na compra e R$ 2,354 na venda, na máxima do dia.
Segundo operadores, a virada nos mercados foi reflexo de um aumento na tensão com o cenário político. Há rumores sobre novas denúncias em uma revista semanal, sobre irregularidades no governo. A piora também estaria relacionada ao depoimento do publicitário Duda Mendonça na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios.
- O fato de Mendonça ter admitido receber por seus serviços no exterior aumentou as especulações sobre origem dos recursos e pessoas envolvidas no caso. Novamente, o mercado volta a temer que a crise chegue ao Planalto - disse um profissional de uma corretora paulista.
Entre as 55 ações do Ibovespa, as maiores quedas são de Comgás PNA (-5,66%) e Tele Leste Celular PN (-5,59%). As altas mais significativas são de Embraer PN (+2,56%) e Petrobras ON (+1,68%).
No câmbio, o dólar começou a subir depois que o BC anunciou a compra de dólares diretamente no mercado, o que não ocorria desde 16 de março. Naquela data, a autoridade monetária havia comprado recursos por R$ 2,749, cotação bem superior à praticada hoje. Apesar de alguma surpresa com a notícia, o mercado chegou a reagir sem sobressaltos. Segundo profissionais, a leitura é de que R$ 2,30 passará a ser um piso informal da moeda americana.
A taxa de corte na compra de dólares do Banco Central foi R$ 2,298 (+0,79%). Segundo informações das mesas dos bancos, apenas uma instituição teria vendido dólares ao BC, e em quantia considerada pequena, de US$ 1 milhão.
- A primeira leitura do mercado é de que o BC sinalizou que R$ 2,30 é mesmo uma espécie de piso para o dólar. O mercado reagiu bem, mas agora será necessário observar como vão se comportar as empresas que têm vencimentos em dólar para pagar. Elas terão receio de o BC voltar a entrar comprando e provavelmente haverá um movimento de antecipação das compras - disse Luiz Antônio Abdo, analista da corretora Pioneer, uma das maiores de São Paulo.
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