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O mercado brasileiro de cartões de crédito deverá ter o melhor Natal dos últimos seis anos. Segundo levantamento da Credicard, o faturamento do setor, representado pelo volume de transações, será neste mês de dezembro de R$ 14,5 bilhões, o que representa um crescimento de 26,7% em relação a dezembro de 2004. Deverão ser registrados neste mês nas lojas 157,3 milhões de transações, uma média de 3.500 transações por minuto. Os usuários devem gastar, em média, R$ 92 (contra R$ 89 em novembro e R$ 86 em dezembro de 2004).

Esse desempenho deverá puxar o faturamento anual do setor, já que dezembro é o mês de maior crescimento. A expectativa, portanto, é que o faturamento do mercado de cartões de crédito atinja este ano R$ 127,6 bilhões, com um crescimento de 27,1% sobre 2004. A expansão também é a maior dos últimos seis anos. Descontada a inflação, o setor deverá crescer 20,4% em 2005, bem acima dos percentuais registrados nos anos anteriores. O número de transações previsto para o ano é de 1,45 bilhão, com uma compra média de R$ 88. O total de cartões de crédito no país somará 66 milhões até o final de 2005.

Fernando Chacon, diretor executivo de marketing da Credicard, disse nesta segunda-feira que o setor deve continuar apresentando esse crescimento real nos próximos anos. Para ele, apesar de a economia brasileira não crescer tanto quanto o esperado, o setor de cartões de créditos está crescendo com a substituição do cheque pelo cartão de crédito. Chacon explicou que o crescimento do setor é bem maior que o do PIB exatamente por conta dessa transferência do cheque para o cartão de crédito.

O diretor da Credicard estima que 2006 será o ano da virada na utilização de cartões e cheques. Enquanto o número de transações com cheques caiu 25,4% entre 2000 e 2005, o número de transações com cartões de crédito praticamente dobrou, crescendo 98,9%, de 731 milhões para 1,45 bilhão. Ele disse que neste ano de 2005 aumentou bastante o uso de cartões pela população de baixa renda. Até então, essas pessoas financiavam as suas compras apenas por meio de cartões de lojas, que agora estão sendo administrados pelas grandes bandeiras de cartão de crédito.

Segundo Chacon, em todas as regiões há espaço para a substituição de outros meios de pagamento pelo cartão. Atualmente, os que mais utilizam o cartão em relação a outros meios de pagamento são os portadores das regiões norte e nordeste. Isso ocorre por conta da menor bancarização na região. De acordo com o levantamento, nessa região 46% das pessoas pagam as contas com dinheiro, outros 44% com cartão de crédito e apenas 10% com cheque ou cartão de débito de banco. Já no sul do país, 54% pagam com dinheiro, 28% com cartão de crédito e 18% com cheque ou cartão de débito. No sudeste, o percentual é 49% para dinheiro, 34% para cartão de crédito e 16% para cheque.

- A economia não cresce tanto, mas há uma grande migração dos cheques para os cartões. Tem ainda a entrada do público de baixa renda. E ainda há espaço para a substituição pelo cartão, que é prático, seguro e permite descontos na hora da compra - disse Chacon, que acredita também que a queda de juros em 2006 poderá aumentar ainda mais a utilizações de cartões de crédito.

O Comitê de Polícia Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nestas terça e quarta-feira para decidir a taxa básica de juros para dezembro. A taxa básica está em 18,5% ao ano e a estimativa é que caia um pouco mais, em pelo menos 0,5 ponto percentual.

Chacon disse que a utilização do cartão de crédito signfica para muitos consumidores, principalmente os de baixa renda, o acesso a um crédito mais simplificado para a aquisição de bens e serviços. De acordo com a Credicard, mais de 80% dos portadores de cartões utilizaram em 2005 o pagamento parcelado sem juros. Entre janeiro e novembro, o parcelamento sem juros representou 45,3% do volume total de transações.

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