Uma carta de apresentação bem elaborada, seja no currículo impresso ou no enviado por e-mail, pode ser o diferencial de um candidato a uma vaga de emprego, na avaliação de consultores de recursos humanos consultados pelo G1 .
Camila Mariano, gerente do serviço de apoio à carreira da Catho, diz que a carta tem a função de chamar a atenção do selecionador para ler o currículo. Por isso, deve reunir os pontos fortes da carreira. "É como se fosse o trailler de um filme".
Ela avalia que a carta deve conter sempre o nome do destinatário. No entanto, no caso de o candidato não saber quem vai ler a carta, o problema pode ser resolvido com um "prezado (a) senhor (a)".
Ao final, o candidato se coloca à disposição para uma possível entrevista e informações adicionais sobre sua carreira.
A carta deve ser finalizada com um "atenciosamente" ou "cordialmente" e o nome do candidato.
A gerente da S&L Recursos Humanos, Lourdes Scalabrini, diz que as cartas cordiais aumentam a chance dos candidatos.
Cordial
"Toda vez que recebo um currículo com uma breve descrição eu presto mais atenção, porque penso que a pessoa se dignou me escrevendo aquelas linhas. É diferente do que diz 'segue anexo meu currículo'. E sempre bastante cordial, se colocando à disposição para entrevista pessoal, é um diferencial", analisa.
Ela avalia, no entanto, que, no caso de currículos pela internet, a carta deve ser enviada no corpo do e-mail para "chamar a atenção". No caso dos currículos impressos, o ideal é na primeira página do currículo. "É importante porque senão o currículo fica solto." Lourdes considera que, se for caso de indicação, também é importante citar na carta.
O gerente do Grupo Foco Fernando Cavaleiro avalia que as cartas devem ser feitas apenas no caso de currículos enviados pela internet e no corpo do texto do e-mail.
"A carta às vezes nem é lida pela empresa. Aquele formato de carta como uma página a mais no currículo [impresso] deixou de ser diferencial."
A opinião muda quando são os currículos enviados por e-mail: "Você deve mostrar que conhece a empresa e se identifica com ela. Precisa citar a vaga que pretende e que você tem o perfil. Mas tudo muito direto e suscinto. Dois parágrafos, no máximo", diz.
Lista de referências
A lista de referências é outra ferramenta importante na busca do emprego. É nela que o candidato coloca os contatos que poderão ser acionados pelo selecionador.
Camila Mariano diz que a lista de referência deve ter o nome das pessoas que efetivamente trabalharam com o candidato e que poderão ser consultadas. No documento deve ter os nomes das pessoas, cargos ocupados, nome da empresa, telefone e e-mail.
Segundo Claudia Monari, consultora de carreira da empresa de recursos humanos Career Center, é recomendável que sejam colocados os nomes de chefes, dos colegas do mesmo setor e até mesmo dos subordinados na lista.
Segundo as especialistas, é importante que os contatos estejam com os números de telefone e e-mails atualizados - e eles devem ser avisados pelos candidatos quando poderão ser consultados pelos selecionadores.
As consultoras recomendam ainda que os candidatos sempre levem consigo a lista impressa para a entrevista e a entreguem no caso de o selecionador pedir.
"No caso de o candidato estar empregado e estiver procurando outro trabalho ele deve colocar na lista referências de empregos anteriores, não do atual", lembra Claudia.
Carta de referência
A carta de referência também é utilizada em processos seletivos, segundo consultores, mas para vagas específicas, como as operacionais e no setor doméstico.
O documento deve conter uma declaração do chefe anterior com as qualificações do funcionário.
Dona da agência de emprego Domésticas.com, Zilene Gomes Santos destaca que a carta é essencial no setor. "Precisa ter declaração do patrão anterior dizendo que o funcionário nunca cometeu nenhum ato que o desabone. Isso traz segurança para quem contrata."
Zilene afirma, porém, que há alguns candidatos que tentam fraudar a carta. "Por conta disso, sempre checamos todas as informações. Ligamos para confirmar o teor da carta."