Curitiba O impasse a respeito da aftosa no Paraná não causou estragos apenas no setor agrícola. A polêmica também deixou rombos na indústria do estado, como mostra reportagem desta terça-feira da Gazeta do Povo, assinada por Miriam Gasparin.
Embora tenha havido queda no faturamento de 8 dos 14 segmentos pesquisados, o resultado negativo da produção industrial do Paraná foi determinado por quatro atividades, que têm peso maior na composição do indicador: alimentação, máquinas e equipamentos, edição, e impressão e madeira.
De acordo com o economista André Macedo, do IBGE, a queda de mais de 15% na produção da indústria de alimentos foi puxada pelo setor de açúcar e álcool e pela redução dos abates de carne bovina. O gerente industrial do Garantia Agropecuária Ltda, de Maringá, Décio Barbosa da Silva, diz que desde outubro o abatedouro está trabalhando com 20% da capacidade por causa das suspeitas de ocorrência de febre aftosa no rebanho bovino. "Historicamente, nos meses de outubro a média de abates é de 25 mil cabeças, mas abatemos só 7,5 mil", informou Décio.
A indústria do Paraná amarga perdas há quatro meses consecutivos. Em outubro, a produção industrial apresentou queda de 6,19% em relação ao mesmo mês de 2004 e a crise já se reflete no nível de emprego, que também registrou saldo negativo. Produzindo menos, a indústria do Paraná também vendeu menos em outubro. A queda do faturamento foi de 2,5%. O único destaque positivo foi da indústria de veículos automotores, que elevou a produção em 27%. O segmento tem grande peso no resultado final da indústria, o que evitou que o recuo fosse ainda maior. Na média brasileira, a produção industrial cresceu 0,4%, em outubro, conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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