Atualizado às 19h46
Apesar dos resultados dos novos exames realizados no gado sob suspeita na Fazenda Cachoeira, na região Norte do Paraná, comprovarem a inexistência do vírus da febre aftosa no Paraná, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em nota, informou nesta segunda-feira (19) que vai manter a posição adotada desde 7 de dezembro, ou seja, o estado não está livre da doença.
No documento, o ministério afirma que "os resultados não implicam mudança no diagnóstico e na notificação de foco da doença no estado".
O coordenador-geral de Combate à Doenças, Jamil Gomes de Souza, explicou na nota que o resultado dos exames da prova Probang, realizados pelo Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), de Belém (PA), não são conclusivos.
OIEA nota diz ainda que o "Departamento de Saúde Animal (DSA) reafirma que a decisão do Mapa foi adotada em conformidade com o Código Sanitário para os Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Segundo o coordenador, "esta técnica possui sensibilidade muito baixa, por isso a probabilidade de resultado negativo é muito maior do que positivo. O teste somente é conclusivo se houver isolamento viral", completa.
RazõesNo início da tarde, a assessoria do ministério adiantou que o resultado positivo da sorologia, divulgado pelo Lanagro do Rio Grande do Sul, e a procedência dos animais - no caso de Mato Grosso do Sul, são os motivos para manter a posição do MAPA em relação ao Paraná.
Lanagro descarta doença no PR Na sexta-feira (16), segundo informações do site oficial do governo do estado, "a Secretaria da Agricultura (Seab) recebeu resultados negativos dos exames de 48 amostras coletadas no dia 29 de novembro dos animais da Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira.
Os laudos foram emitidos pelo Setor de Virologia do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), de Belém (PA). De acordo com o Lanagro, todos os resultados são negativos."
O informe na internet explica que "os exames são de prova de Probang e Fixação de Complemento, realizado a partir da coleta de líquido esofágico faríngeo dos animais suspeitos para pesquisa do vírus da febre aftosa."
Lanagro ainda vai analisar 185 amostrasDe acordo com o diretor do Lanagro de Belém, Ayrton Nogueira, foram analisadas apenas 48 amostras das 233 enviadas pelo Paraná para o laboratório. "Essas 48 deram negativas. Agora vamos analisar as outras 185 que restam", disse.
SuperintendênciaPara o superintendente da Agricultura no Paraná, Valmir Souza, o resultado das amostras analisadas no Lanagro de Belém não podem garantir que o estado esteja livre da doença. "Esses exames são complementares e fazem parte do processo de investigação do ministério", disse.
Sobre a decisão do MAPA de manter o Paraná como foco de febre aftosa com base no teste sorológico e na procedência dos animais, Souza afirmou que esta é a metodologia da Organização Internacional de Epizootias (OIE). "Mesmo se as 233 amostras enviadas pelo estado derem negativo, o ministério ainda pode manter a posição se baseando no regulamento da OIE", completou. SeabApesar da divulgação do resultado parcial das amostras, a Seab, por meio de sua assessoria, informou que espera que o ministério mude de opiniao em relação a presença da doença no Paraná.
"Eles (os resultados dos exame) vêm confirmar aquilo que sempre defendemos, ou seja, que o Paraná não tem febre aftosa", disse o vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, para o site do governo.
O diretor-geral da Secretaria, Newton Pohl Ribas, também no informe oficial, lembrou que a Fazenda Cachoeira foi declarada como foco da doença pelo Ministério da Agricultura no dia 7 de dezembro. "Lamentavelmente, apesar de todos os exames negativos para identificação do vírus de febre aftosa, o Paraná é considerado como foco da doença".
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