O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, em entrevista a nove emissoras de rádio, que o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, continuará no cargo. Foi a primeira vez que Lula confirmou Palocci no cargo, desde o aumento das denúncias contra o ministro e das divergências com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
- Palocci é e continuará sendo meu ministro da Fazenda - disse Lula.
Lula afirmou ainda que as divergências entre o Palocci e Dilma Rousseff são saudáveis e fazem parte da democracia.
- Eu não me preocupo com a divergência, acho que ela é salutar. É saudável que as pessoas expressem o seu pensamento até que esse comportamento não prejudique a totalidade e o conjunto do governo - afirmou.
O presidente disse que ambos os ministros são extremamente importantes para o governo e que não está do lado de nenhum dos dois, mas sim "do lado do povo brasileiro".
- Na medida em que os ministros tenham divergência, como é que nós dirrimimos essa divergência? Nós convocamos uma reunião com os ministros que estão divergindo e resolvemos o problema, porque aí nós transformamos a divergência numa política pública do governo e todos passarão a defender aquela política pública - disse.
Segundo o presidente, o motivo da divergência foi uma tese "que não é política de governo", apresentada pelo Ministério do Planejamento sobre uma política fiscal de longo prazo.
- Por enquanto eles estão debatendo. Quando eles terminarem o debate, trarão à minha mesa e, junto com a Comissão de Política Econômica, pegaremos essa tese, transformaremos numa política pública de governo. E aí a Dilma, o Palocci, o presidente Lula, o ministro do Planejamento, o ministro da Agricultura, a ministra do Meio Ambiente, todos passarão a defender a política defendida pelo governo - reforçou.
Lula falou sobre a importância do trabalho tanto de Dilma como de Palocci no governo. Segundo ele, a Casa Civil é uma espécie de sala de espera dos ministros.
- A Dilma passa o dia inteiro recebendo ministros querendo mais obras, mais financiamentos, e é a Dilma a encarregada de trazer para a minha mesa junto com o ministro da Fazenda, com o ministro do Planejamento e o ministro da área que está reivindicando essas reivindicações explicou.
Já o papel de Palocci, afirmou Lula, é "o de qualquer tesoureiro responsável pelas finanças em qualquer lugar do mundo".
- O papel do Palocci é tentar segurar ao máximo porque ele sabe que se não segurar a vaca vai para o brejo.
O presidente afirmou ainda que o equilíbrio entre a vontade de um ministro e a disponibilidade de liberar recursos é que permite "que a gente tenha uma política de gastos justa sem repetir erros que historicamente foram cometidos no Brasil".
Segundo Lula, graças a isso, a política econômica tem sido altamente positiva.
- Graças a Deus, nós hoje temos espaço para que alguém possa divergir de alguém neste país, finalizou.
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