A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou setembro com mais um recorde histórico de pontos, sustentado graças ao forte ingresso de recursos externos no mercado. O Índice Bovespa fechou na máxima do dia, em alta de 1,20%, com inéditos 31.583 pontos. Os negócios somaram R$ 1,729 bilhão. No acumulado de setembro, o Ibovespa subiu 12,62%. Melhor que o desempenho do Ibovespa foi o do Índice de Energia Elétrica (IEE), que subiu 16,95% no mês.
O dólar à vista fechou em alta de 0,77% nesta sexta-feira, mas mesmo assim bateu um recorde. A moeda americana fechou cotada a R$ 2,227 na compra e R$ 2,229 na venda. Com isso, acumulou queda de 5,47% em setembro. É a maior queda mensal desde abril de 2003, quando a cotação despencou 13,23%. O risco-país brasileiro marcava 343 pontos centesimais no final da tarde, com queda de 16,75% no período.
Setembro foi um mês marcado por definições positivas para o mercado. Foi neste mês que o Tesouro Nacional fez a primeira emissão soberana brasileira com títulos denominados em reais. Com isso, cresceram os rumores de um "upgrade" na classificação de risco do país. Nesta sexta, o JP Morgan elevou a recomendação de compra dos títulos da dívida brasileira.
Também em setembro o Comitê de Política Monetária (Copom) deu início ao processo de redução gradual dos juros, cortando a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 19,50% ao ano. No cenário político, os analistas observam um arrefecimento dos efeitos na economia. O evento mais recente foi a vitória do candidato do governo à presidência da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB).
- Apesar da queda de setembro, os juros brasileiros continuam muito elevados, o que atrair dólares ao país e ajuda a derrubar a cotação. A tendência para outubro é de baixa, a não ser que o Banco Central volte a comprar - disse José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação.
Ações
A sexta-feira foi tranqüila para o mercado de ações. Sem eventos importantes no cenário político, o mercado levou em conta fatores como a melhora da confiança do consumidor. A decisão do JP Morgan de elevar a recomendação de compra dos títulos brasileiros também contribuiu. Segundo operadores, a estimativa é de mais altas em outubro.
Acesita PN foi a maior alta do Ibovespa no dia. O papel subiu 11,28% refletindo a oferta da Arcelor por uma fatia adicional da companhia brasileira. Os valores propostos ficaram acima do previsto, o que levou à disparada das ações.
Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o seu último pregão viva-voz contabilizando alta de 0,82%, com o Índice Bovespa em 31.463 pontos. O pregão viva-voz da Bovespa chegou a abrigar mais de 1.500 operadores na década de 80, passando para cerca de 700 na década de 90. Ultimamente, apenas 40 profissionais trabalhavam no sistema. A partir da próxima segunda-feira, a totalidade de negócios da bolsa será feita por via eletrônica.
JurosAs projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam perto da estabilidade nos vencimentos mais curtos e em leve alta nos mais longos nesta sexta-feira. O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2006 fechou com taxa de 18,98% ao ano, contra 18,99% do fechamento de quinta-feira. O DI de abril não teve variação, ficando com taxa de 18,51%. Já o DI de janeiro de 2007 teve a taxa elevada de 17,58% para 17,54% anuais. A taxa Selic é hoje de 19,50% ao ano.
Paralelo
O dólar paralelo fechou em alta de 0,80% nesta sexta-feira, cotado a R$ 2,42 na compra e R$ 2,52 na venda. O dólar turismo, por sua vez, caiu 0,43% e terminou o dia valendo R$ 2,18 na compra e R$ 2,32 na venda.