O vice-governador e secretário da secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, voltou a criticar a informação publicada no jornal "Valor" de que o Governo Federal estaria desconfiado de que o Paraná teria fraudado a coleta de amostras nos animais suspeitos de estarem contaminados com febre aftosa. "Em nenhum momento houve qualquer tipo de fraude", afirmou veementemente. Pessuti lembrou ainda que o próprio ministro da Agricultura negou que houvesse tal suspeita e que o estado é mais prejudicado na demora da divulgação dos exames. "O Paraná é a maior vítima do processo".
Durante a reunião semanal do secretariado, realizada na manhã desta terça-feira, o governador Roberto Requião, recém chegado da Venezuela, também demonstrou sua indignação. Ele chamou a reportagem de "mentirosa" e de "fantasiosa". "Aquilo foi uma canalhice", encerrou.
Pessuti aproveitou ainda para explicar as principais ações adotadas desde a suspeita de foco da doença. O secretário afirmou que o Ministério da Agricultura vem acompanhando todo o processo e que, mesmo com divergências, os dois órgãos tem trabalhado para chegar o mais rápido a um laudo final. "São cinco tipos de exames. Em todos eles, até agora, os resultados deram negativos", explicou. Além dos exames e da divulgação da suspeita de foco a secretaria também, ainda segundo Pessuti, agiu rápido no reforço das barreiras sanitárias e na fiscalização das propriedades interditadas.
De acordo com Pessuti, mesmo com os exames terem dado negativo até o momento, ainda é preciso examinar mais animais para que a suspeita seja totalmente afastada. Somente com os novos exames, e estes dando negativos, é que o Paraná conseguirá comprovar definitivamente a não existência da doença e com isso, voltar a exportar carne para todos os países.
Aftosa no Paraná
O anúncio da suspeita da doença no Paraná surgiu no dia 21 de outubro. Ao todo, foram identificados quatro focos suspeitos. Dezenove animais, que participaram de uma feira em Londrina, no Norte, apresentaram sintomas da doença, como febre, salivação abundante e dificuldade para caminhar.
Um mês após a divulgação, o resultado oficial ainda não é conhecido. E, de acordo com a Secretaria de Agricultura, não há previsão para o laudo final.
Agora, o Paraná e o Ministério da Agricultura estudam fazer novos exames no rebanho paranaense. Porém, ainda não foi definido como estes novos exames será feito.
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