Londrina Mesmo que tenha razão na contestação do laudo do Ministério da Agricultura sobre a aftosa no Paraná, o governo do estado deveria abater os animais da Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira. Esta é a avaliação do professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e doutor em virologia, Amauri Alfieri, entrevistado pelo Jornal de Londrina.
Para ele, paralelamente ao abate, deve ser solicitada ao Centro Pan-Americano de Combate à Febre Aftosa (Pan-Aftosa), um órgão independente, a análise dos animais abatidos. Só depois os pecuaristas e o governo estadual deveriam partir para o questionamento judicial em torno da confirmação.
"Nós só temos dois caminhos. Um deles é abater os 2.212 animais da fazenda e ter um bloqueio de seis meses para recuperar o status de estado livre da aftosa. Outro é entrar em uma disputa judicial que pode levar tempo para se resolver e só recuperar o status dentro de 18 meses", afirma o professor. "Creio que o abate, por indicar um tempo menor de bloqueio, é economicamente melhor para os produtores", justifica Alfieri.
Ele defende que, de todos os animais abatidos, devem ser recolhidas amostras para serem analisadas pelo Pan-Aftosa, um órgão da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e para a Agricultura (FAO). "O ideal seria analisar 100% dos animais abatidos por esse órgão que, por ser internacional, seria neutro", diz.
O professor participou ontem, na Sociedade Rural do Paraná (SRP), de uma reunião com pecuaristas sobre aftosa. Entre as dúvidas que mais ouviu foi o que se pode fazer para questionar o laudo do Ministério da Agricultura que confirmou a aftosa em São Sebastião da Amoreira. O professor levará seu posicionamento para a audiência pública que ocorre em Brasília, nesta quarta-feira, a pedido da Comissão de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados. Da reunião também participam representantes da Seab e do ministério.
O presidente da Sociedade Rural, Édson Neme Ruiz, não tem a mesma opinião sobre a aftosa. Para ele, qualquer medida, como o abate, só deve ser tomada quando não houver mais dúvidas sobre a existência da doença.
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