Sem solução técnica, não pode haver solução política. Essa foi a conclusão da reunião realizada neste sábado entre o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e representantes do governo e de entidades ligadas à criação e ao comércio de carne do estado do Paraná. Segundo a assessoria do ministro, não há como trabalhar pela suspensão do embargo à exportação da carne do Paraná antes da conclusão dos exames feitos em animais sob suspeita de aftosa.
A reunião, realizada na fazenda de Rodrigues - em Jaboticabal, cidade do interior paulista - começou por volta das 11h e terminou no fim da tarde. As autoridades do Paraná, pressionadas pela iniciativa privada, estavam reclamando da lentidão das medidas adotadas pelo ministério depois que houve suspeita de focos de aftosa em gados do estado. O Paraná está proíbido de exportar carnes porque há a suspeita de aftosa.
O laboratório de análises agropecuária do Ministério, em Belém (PA), está encarregado de fazer os exames no material recolhido dos cerca de 200 animais que participaram da feira de Londrina e que estão sob suspeita de terem contraído aftosa. As primeiras amostrar para exames foram enviadas há quase um mês ao laboratório. O exame Probang - feito em cima de amostras do esôfago e da faringe dos animais - ainda levará alguns dias para ser concluído. Enquanto isso, técnicos do ministério estão analisando o relatório enviado pela Secretária de Agricultura e Abastecimento do Paraná sobre as medidas adotadas pelo governo.
O ministro Rodrigues avisou que somente depois da conclusão dos exames é que será possível tomar medidas que permitam a suspensão do embargo. Entre as medidas estará o convite a técnicos da União Mundial de Saúde, da União Européia e dos países que embargaram a exportação de carne para verificar, in loco, as medidas adotadas pelo governo e pelo estado no combate e prevenção à doença. A assessoria de Rodrigues afirmou que depois do encontro de hoje, ambos os lados manifestaram confiança nas medidas que estão sendo adotadas.
Além do ministro, estavam presentes: o diretor do Departamento de Saúde Animal do ministério, Jorge Caetano; o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Nelmon Oliveira; o governador em exercício do Paraná, Orlando Pessutti, o presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná, João Paulo Koslowicz; o presidente da Federação de Agricultura do Paraná, Ágide Meneghetti; o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Edson Neme, e o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes do Paraná, Péricles Salazar.