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A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) conta com a possibilidade de uma nova elevação para o segmento de Carnes Bovinas nas próximas divulgações do Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Em entrevista concedida nesta quinta-feira, o coordenador do indicador, Antonio Evaldo Comune, destacou que o preço médio dos componentes do segmento já começaram a trazer algum impacto de alta na inflação, já que apresentaram queda menor, de 0,28%, na segunda quadrissemana de setembro (últimos 30 dias encerrados em 15/9) ante a baixa de 0,61% da primeira medição do mês, referente aos 30 dias terminados em 7 de setembro. Além disso, ele disse que já foram observados movimentos de elevação nos valores de alguns tipos de corte de carne.

Alguns exemplos do levantamento da Fipe foram o contrafilé, que avançou 1,65% ante variação de 0,65% na primeira medição de setembro; o patinho (alta de 0,38% ante recuo de 0,31%); e o coxão duro (1,62% ante 0,92%). Na outra ponta, continuam em queda itens como o coxão mole (-0,76% ante -0,74%), o lagarto (-0,32% ante -0,13%); e o músculo (-3,09% ante -2,38%). Mereceram destaque também as baixa menores da alcatra (de 0,36% ante 1,43%); do filé mignon (de 2,46% ante 3,35%); e da picanha (de 0,75% ante 1,31%).

"Isso significa que as carnes estão começando a pressionar", enfatizou Comune. "A questão é saber se isso tem alguma ligação com a entressafra. Eu não tenho essa resposta e os pecuaristas teriam que responder como estão atualmente as ofertas nas próximas semanas. Se for isso, a carne bovina pode se transformar em um vilãozinho em breve", avaliou.

Para ele, o segmento é, no momento, o único "candidato a vilão" na Alimentação, já que os outros itens pesquisados ainda mostram quedas e, mesmo com a expectativa de alguns deles deixarem o terreno negativo, a movimentação não deve trazer impactos expressivos como os do começo do ano.

De acordo com a Fipe, o grupo Alimentação recuou 0,55% na segunda quadrissemana de setembro. Foi a mesma queda da primeira medição, quando o grupo já havia alcançado naquela ocasião a redução mais expressiva - na série histórica do instituto que abrange as pesquisas quadrissemanais - desde a primeira leitura de julho de 2006 (-1,11%).

No ranking de maiores alívios proporcionados ao IPC na segunda quadrissemana, o tomate foi o destaque, com uma baixa de 27,51% ante recuo de 32,73% da medição inicial do mês. Apesar do recuo menor, aliviou a inflação de 0,52% em 0,07 ponto porcentual. Na seqüência, ficaram leite tipo Longa Vida, com declínio de 5,87% ante variação negativa de 5,35%; o feijão (-5,34% ante -5,76%); o arroz (-2,00% ante -2,77%); e a batata (-5,04% ante -2,45%).

Para Comune, tomate, arroz e feijão devem sair, no médio prazo, do terreno de quedas. Em contrapartida, o leite e a batata continuarão, segundo ele, a apresentar preços mais baixos. No curto prazo, mais precisamente no fechamento de setembro, ele aguarda que o grupo Alimentação caminhe para taxas negativas próximas da estabilidade.

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