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Bancos gregos devem declarar como querem fazer troca de títulos

Atenas - Os bancos da Grécia foram convocados a fornecer detalhes sobre sua planejada participação em um programa de swap de dívida do governo até 9 de setembro, informou o jornal financeiro Imerisia. O diário grego acrescentou que o governo espera concluir a troca de dívida até meados de outubro.

Em julho, líderes da União Europeia concordaram com um novo pacote de assistência de 109 bilhões de euros para a Grécia cobrir suas necessidades financeiras pelos próximos anos. É crucial para o plano uma troca de dívida na qual os credores privados do país aceitarão novos bônus com valor menor do que os que possuíam originalmente. O plano oferece quatro opções para os credores privados trocarem cerca de 135 bilhões de euros em bônus gregos com vencimento entre agora e 2020 por novos papéis de 15 ou 30 anos. De acordo com estimativas de analistas, os bancos gregos possuem cerca de 25 bilhões de euros em dívida do país com vencimento até 2020.

Londres - O custo para garantir proteção contra a dívida de companhias financeiras europeias atingiu nível recorde de alta ontem, diante de preocupações com a capacidade de financiamento dos bancos, uma vez que a crise de dívida soberana europeia causa pressão nos spreads bancários. A habilidade das instituições financeiras de levantar recursos com custos compatíveis tornou-se uma preocupação para os investidores. Dados recentes mostram que os bancos estão aumentando os depósitos overnight no Banco Central Europeu (BCE) e que os fundos de money markets norte-americanos reduziram sua exposição à Europa.

Na manhã de ontem (tarde na Europa), o índice iTraxx Europe Senior Financials, que os investidores utilizam para comprar ou vender proteção contra a dívida de 25 bancos e seguradoras, subia 11,5 pontos-base para 255 pontos-base, de acordo com a Markit – acima do recorde de fechamento de segunda-feira, aos 243 pontos-base. Na segunda-feira, os spreads do contrato de swap de crédito (CDS, na sigla em inglês) dos bancos espanhóis BBVA e Santander fecharam em nível recorde de alta, a 334 pontos-base e 320 pontos-base, respectivamente. Os CDS são derivativos que funcionam como um seguro contra o calote de uma dívida.

"Os investidores estão preocupados com a possibilidade de, durante momentos de rápida deterioração nos preços dos ativos, alta volatilidade e aumentos dos riscos para a recuperação econômica global, os bancos ficarem sem capital e sem suporte, já que os governos estão endividados", disse o estrategista de crédito do Unicredit Christian Weber. Os indicadores de empréstimo no interbancário estão em níveis não vistos desde março de 2009, afirmou.

Dados divulgados na segunda-feira sobre as injeções de liquidez do Banco Central Europeu (BCE) no sistema bancário europeu mostram que sua atuação não está aliviando as condições de crédito no mercado de dinheiro. Também na segunda-feira, a Fitch Ratings divulgou relatório mostrando que a exposição dos fundos norte-americanos de money markets caiu para 47% em julho, de 48,7% em junho. "As crescentes dificuldades das instituições financeiras europeias para captar recursos fora do BCE são um problema que cada vez mais ocupa a mente dos investidores", disse o estrategista de crédito do ING Bank Maureen Schuller.

Entretanto, os analistas não acreditam que uma crise bancária na Europa seja iminente. "Pode haver pressão de curto prazo no mercado interbancário, mas o BCE ainda está lá para oferecer liquidez", acrescentou o estrategista financeiro do Royal Bank of Scotland Group, Rateek Datta. O nível recorde dos CDS é resultado de uma combinação do fato de ser agosto com as incertezas sobre a crise na zona do euro. "Baixa liquidez indica que um pouco de novo fluxo pode mover o mercado significativamente", acrescentou.

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