A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial utilizada pelo governo para estabelecer metas de inflação, subiu para 0,63% em maio, contra alta de 0,48% em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (20). No mesmo mês de 2009, o IPCA-15 havia ficado em 0,59%.
No ano, a taxa acumulada é de 3,16%, maior do que oa variação observada no mesmo período do ano passado. Nos últimos 12 meses a variação foi de 5,26%, contra 5,22% registrados de janeiro a maio de 2009.
O IPCA-15 é apurado com base na variação dos preços entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês corrente. Já o IPCA é resultado da variação de preços ao longo do mês inteiro (do dia 1º a dia 30).
O centro da meta de inflação para 2010, determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.
Principais pressões
Segundo o IBGE, os preços de medicamentos e da energia elétrica ficaram entre as principais influências para o aumento da inflação de abril para maio.
Produtos farmacêuticos aceleraram a variação de 0,70 % para 2,14%, "em virtude do reajuste médio de 4,64% concedido a partir de 31 de março", segundo o Instituto. Já os preços da energia saíram de deflação de 0,46% em abril para alta dos preços de 1,29% em maio, motivados, segundo o IBGE, pela cobrança da Cosip (Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública) implantada no Rio de Janeiro, a partir de 20 de abril.
Também foram verificados reajustes nas tarifas de energia elétrica em Fortaleza (5,50%) e Salvador (5,92%), ambas partir de 22 de abril num percentual de 5,89% e 6,74%, respectivamente.
Outras contribuições para o aumento do ritmo da inflação em maio: alta nos gastos com empregado doméstico (de 1,60% para 1,12%), automóvel novo (de -0,46 para 1,57%), aluguel (de 0,57% para 0,74%) e condomínio (de -0,60% para 1,18%).
Alimentos ainda pesam
Os preços dos alimentos subiram menos em maio, mas ainda representaram um peso para a inflação medida pelo IBGE: desaceleraram de de 1,71% para 1%, mas acumulam alta de 5,84% no ano.
Quatro itens importantes, segundo o IBGE, contribuíram para este resultado: feijão carioca (de 30,10% para 31,75%), leite pasteurizado (de 9,63% para 4,24%), refeição fora (de 0,75% para 0,95%) e carnes (de 1,24% para 1,61%). As principais quedas foram observadas nos seguintes itens: tomate (de 36,81 para 11,08%), frutas (de 0,92% para 2,59%) e pescados (de 2,62% para 3,79%).