A intensificação de um movimento de realização de lucros pesou na bolsa paulista nesta terça-feira (27), que reduziu parte da gordura do ano em relação aos mercados globais, em dia de dados divergentes dos Estados Unidos.

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Pressionado por perdas das blue chips e de empresas ligadas ao setor imobiliário, o Ibovespa tombou 2,96 por cento, para 63.161 pontos, na maior queda diária em quatro meses. O volume financeiro da sessão foi de 6,1 bilhões de reais.

Com orientação oposta ao otimismo generalizado das últimas semanas, grandes investidores, incluindo estrangeiros, venderam ações para embolsar os ganhos obtidos no ano.

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Segundo profissionais do mercado, o temor de que o governo adote novas medidas para tentar frear o forte ingresso de recursos de estrangeiros no mercado acionário doméstico fez os investidores mudarem de estratégia.

"Na dúvida, estão preferindo embolsar os ganhos depois de o Ibovespa de ter subido mais de 70 por cento no ano", disse Hamilton Moreira, analista sênior do BB Investimentos.

Um dos maiores alvos dessa inversão foi o ramo imobiliário, com destaque para Rossi Residencial, com uma derrocada de 7,2 por cento, a 12,05 reais, seguida por Gafisa, que perdeu 7,1 por cento, a 27,72 reais, e Cyrela, tombando 6,9 por cento, para 22,40 reais.

A expectativa de que a cobrança de IOF dos investimentos estrangeiros na bolsa diminuirá a liquidez do mercado acionário doméstico mais uma pesou sobre a ação da BM&FBovespa que caiu 4,6 por cento, a 11,50 reais.

As blue chips, que pela manhã chegaram a sustentar o Ibovespa no azul, também não resistiram. A ação preferencial da Vale recuou 4,5 por cento, para 39,65 reais, enquanto a da Petrobras cedeu 2 por cento, a 35,95 reais.

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Com tanta ênfase em embolsar ganhos, os investidores deram menos atenção aos mercados internacionais, que tiveram movimentos desencontrados. Os preços de metais recuaram, enquanto o do petróleo avançou.

Em Wall Street, o índice Dow Jones subiu 0,14 por cento, enquanto Nasdaq e Standard & Poor's 500 caíram, depois da notícia de que o índice de confiança do consumidor nos Estados Unidos diminuiu em outubro. Mais cedo, outro dado apontou recuperação do setor imobiliário em agosto.