A Renault/Nissan deu férias coletivas, a partir da última segunda-feira (20), a cerca de 150 trabalhadores das linhas dos furgões Master e Frontier que atuam na fábrica de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Segundo a montadora, o motivo é a adequação da produção à demanda – em maio, a companhia contratou 500 trabalhadores para reforçar a produção de automóveis destinados à exportação.
A Volkswagen também decidiu colocar em São José os trabalhadores das linhas da família Fox e do Golf em férias coletivas por dez dias, a partir de segunda, conforme o Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e Região. A produção do Audi A3 também está parada.
No caso da Volks, a paralisação da produção atinge as três fábricas de automóveis do grupo no país, o que gerou uma dispensa temporária de mais de 13 mil trabalhadores. O motivo novamente é a falta de bancos e estruturas fornecidos pela Keiper, do grupo Prevent.
Na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde são feitos Gol, Saveiro e Jetta, a produção está parada desde sexta-feira.
Em Taubaté (SP), as linhas de Gol, Voyage e up! não funcionaram segunda e terça.
Impasse com fornecedor
A Volkswagen confirmou as paralisações por falta de peças, mas não deu detalhes. Não há informações se as fábricas paulistas voltarão a produzir nesta quarta (22).
O grupo Prevent tornou-se fornecedor exclusivo dos componentes após adquirir várias fábricas do ramo. O advogado do grupo, Cesar Hipólito Pereira, informou que “não procede” a informação da montadora de que as entregas estão suspensas.
No dia 16 de maio, a Volkswagen obteve na Justiça liminar estabelecendo multa diária de R$ 500 mil caso o fornecimento não fosse restabelecido em 24 horas. “A liminar está sendo discutida na Justiça, mas está sendo cumprida”, disse Pereira.
Segundo ele, a fábrica do grupo no Paraná está em fase de desativação em razão da queda de encomendas da Volkswagen. A produção será transferida para a unidade de Mauá (SP).
A briga comercial entre Volkswagen e Keiper se arrasta há mais de um ano. No mês passado, a Fiat também paralisou a produção em Betim (MG) pelo mesmo motivo, mas a empresa informou que negocia acordo com a fornecedora.