O ajuste na economia chega cada vez mais forte ao bolso dos brasileiros. Em maio, a renda média dos trabalhadores nas seis principais regiões metropolitanas do país encolheu 5% em comparação a igual mês de 2014, a maior queda desde janeiro de 2004, segundo o IBGE.
Com o orçamento doméstico ameaçado, quase meio milhão de brasileiros saíram em busca de uma vaga para complementar os ganhos da família, o que levou a taxa de desemprego a subir até 6,7%, a maior para o mês desde 2010.
A queda na renda é explicada por diversos fatores. Um deles é a inflação elevada, que corrói os salários. Em 12 meses até maio, o índice oficial de preços marcou uma alta de 8,47%. Outro aspecto é o menor crescimento das remunerações em termos nominais, ou seja, dos reajustes negociados entre empresas e trabalhadores, sem descontar a inflação.
Para o economista Rafael Bacciotti, da Tendência Consultoria Integrada, a queda nos salários reais é puxada pelo emprego com carteira assinada, em que o corte de pessoal é mais intenso. Nos cálculos de Bacciotti, o setor formal responde por cerca de 40% da retração acumulada de 2% na renda real neste ano.
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Leia a matéria completa“Essa constatação reforça o diagnóstico de que os salários de entrada no mercado formal têm diminuído de maneira relevante, ou ainda de que existe um processo de substituição de pessoas com salários mais elevados por trabalhadores de menor remuneração.”
A velocidade do ajuste na renda tem surpreendido os economistas. Em 2014, o rendimento médio cresceu 2,7%, mas desde fevereiro o indicador entrou no vermelho e afunda num ritmo cada vez maior. Em termos absolutos, a remuneração média real de R$ 2.117,10 em maio é a menor desde julho de 2012.
Fila do desemprego
Diante do orçamento mais apertado, a estratégia tem sido colocar mais gente da família atrás de emprego, um movimento contrário ao verificado há um ano, quando a inatividade era impulsionada por idosos e jovens que optavam por não trabalhar nem procurar uma vaga.
Com a reversão, a demissão de 155 mil pessoas em maio não foi o único combustível para a fila do desemprego. Ao todo, 454 mil pessoas saíram em busca de trabalho, alta de 38,5% em um ano – algo nunca antes visto na Pesquisa Mensal de Emprego, iniciada em 2002.
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