A diretora-gerente de ratings soberanos da Standard & Poor’s (S&P), Lisa Schineller, reforçou nesta quinta-feira, 10, em teleconferência, que a proposta de Orçamento, contendo déficit primário em 2016, enviada pelo governo ao Congresso há 10 dias, foi a peça-chave para a decisão da agência de rebaixar nesta quarta (9) o rating soberano do Brasil de BBB- para BB+, mantendo a perspectiva negativa da nota.

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“A decisão reflete a percepção maior de riscos na execução do plano econômico do governo, em particular no lado fiscal”, afirmou. “Houve piora tanto no lado fiscal como no econômico”, acrescentou.

Para Lisa, o Orçamento com previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões “sinaliza uma mudança no desejo de coesão e em ir em frente com um plano sólido, de negociar com o Congresso”. “Os desafios do Brasil continuam a se acumular. No lado fiscal, os desafios continuam. A mudança de meta de superávit primário em julho para déficit agora é importante”, ressalta.

Segundo ela, ainda que a agência entenda que o governo está preparando medidas fiscais para enviar ao Congresso, o ambiente político atual torna difícil o avanço no lado fiscal.

Lisa Schineller explicou que a economia tem sido afetada pelas investigações das denúncias de corrupção na Petrobras com a Operação Lava Jato. “Os riscos institucionais aumentaram”, disse. “E mantivemos a perspectiva negativa porque há risco de deterioração da situação atual”, explicou.

A diretora disse que a S&P continua a ver aumento da dívida e maior deterioração fiscal no país, o que poderia levar a um novo downgrade. “Mas podemos mudar a perspectiva para estável quando tivermos menos incertezas”, ponderou.

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