O Senado dos Estados Unidos aprovou, por 79 votos a favor e 19 contra, uma moção para colocar em pauta um projeto de lei que permitirá ao Departamento do Tesouro utilizar critérios mais flexíveis para acusar um país de manipulação cambial e, dessa forma, recorrer a uma série de medidas punitivas contra essa nação.
Se aprovado, o projeto abrirá espaço para que o governo adote postura mais rígida em relação à China. Os simpatizantes do projeto de lei afirmam que o país mantém a moeda local, o yuan, excessivamente desvalorizada em relação ao dólar para baratear as exportações chinesas. "As evidências mostram claramente que as políticas cambiais da China equivalem a uma manipulação que leva a uma vantagem injusta no comércio internacional", disse Hatch durante o debate sobre o projeto de lei.
O senador republicano Bob Corker avalia que o projeto de lei, que permitiria aos EUA penalizar as exportações chinesas e buscar contrapartidas por meio de órgãos internacionais, pode provocar uma guerra comercial. Segundo ele, os congressistas devem procurar soluções para outras questões econômicas.
A Casa Branca recusou-se a endossar o projeto de lei repetidas vezes e muitas autoridades disseram que a legislação ainda estava sendo revisada. A questão cambial coloca o governo Obama em uma situação difícil. Embora a disputa no Congresso seja vista como algo benéfico em termos de negociações diplomáticas com os chineses, autoridades da Casa Branca expressaram receios anteriormente com a perspectiva de um sistema operado pelo Congresso e com poder para penalizar Pequim.
Os grupos empresariais estão divididos sobre o assunto. Cerca de 50 deles, incluindo a influente Câmara norte-americana de Comércio e Negócios,recentemente disseram aos congressistas que a China pode retaliar caso sofra qualquer punição, enquanto outros, como a Aliança das Indústrias da América, endossaram a decisão do Senado. "A mensagem do voto de hoje é clara: o Senado acredita que o Tio Sam não deve mais ser o Tio Otário", disse Scott Paul, diretor-executivo do grupo. As informações são da Dow Jones.
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