O presidente da Fenabrave (associação que reúne as concessionárias de automóveis), Flávio Meneghetti, disse nesta sexta-feira (18) que as vendas do setor tiveram uma "ligeira" melhora na primeira quinzena de maio frente ao mesmo período de abril, cresceram 3%. A pequena melhora foi atribuída à redução das taxas de juros puxada pelos bancos públicos, que agiram sob orientação do governo.

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"Isso deu uma animada no mercado", afirmou Meneghetti, na saída de reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.Representantes das revendas se encontraram com o ministro para dar informações sobre o setor.

Nesta semana, Mantega reuniu-se também com os representantes dos fabricantes de veículos, a Anfavea. As vendas e a produção do setor automotivo recuaram neste início de ano e governo dá sinais de que prepara medidas para destravar o crédito deste mercado, o que ajudará a impulsionar a economia.

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Segundo Meneghetti, o ministro parece "preocupado" com o nível de atividade: "O ministro está preocupado e alguma coisa tem que ser feita para melhorar o crédito", disse.

O executivo afirma que o sinal de maio, embora positivo, ainda não altera as expectativas para o ano. De janeiro a abril, as vendas do setor automotivo caíram 3,5% ante o mesmo período do ano passado. A escassez de crédito, diz o Meneghetti, explica o resultado."Existe comprador, existe vontade do consumidor, o que não está existindo é crédito", afirmou.

Ele afirma que os bancos ficaram mais seletivos na hora de emprestar devido ao aumento da inadimplência no ano passado. Segundo a Fenabrave, a aprovação de fichas para o financiamento de automóveis caiu de sete em cada dez, em 2010, para três e meio em cada dez neste ano. "Se melhorar para 5, 6 [fichas aprovadas num grupo de 10], o mercado volta a andar", estima.

Um dos entraves ao financiamento é a entrada elevada. Atualmente, o mercado está operando com financiamentos de até 48 meses e entrada de 30% do valor do automóvel. Este percentual de entrada é considerado elevado pelas concessionárias: "O atual patamar de poupança da população não está no mesmo nível de uma entrada de 30%", afirma.

O setor almeja que a entrada caia praticamente à metade, para um percentual entre 10% e 20% do automóvel. E que o parcelamento estique para os 60 meses observados em 2010. Para tanto, reconhece Meneghetti, é preciso que a inadimplência comece a ceder.

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A expectativa do executivo é que o calote perca fôlego no final do primeiro semestre e o setor retome vendas com vigor na segunda metade do ano. A expectativa da Fenabrave é que as vendas, neste ano, aumentem 3,5%, abaixo da marca do ano passado (4,7%).

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