A atividade do setor de serviços continuou a se deteriorar em maio diante da contínua redução do volume de novos negócios, o que levou as empresas a cortarem os empregos pelo ritmo mais forte em seis anos, apontou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta quarta-feira (3). O PMI funciona como um indicador antecedente de confiança dos setores pesquisados.
O Markit informou que seu PMI sobre o setor de serviços do Brasil permaneceu em maio abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração, pelo terceiro mês seguido ao cair para 42,5 ante 44,6 em abril, menor nível desde março de 2009.
O volume mais baixo de produção foi resultado, segundo os entrevistados, das condições econômicas difíceis e da queda nos níveis de novas encomendas recebidas.
Ao lado do PMI da indústria, cuja contração também se intensificou em maio, o resultado da pesquisa de serviços levou o PMI Composto do Brasil a cair a 42,9 em maio, ante 44,2 no mês anterior, mínima em pouco mais de seis anos.
“A última série de dados fracos do PMI para os serviços, combinada com números negativos da pesquisa de indústria, sugere fortemente que o PIB vai contrair no segundo trimestre”, destacou a economista do Markit Pollyanna De Lima.
O volume de novos negócios recebidos pelos fornecedores de serviços caiu pela taxa mais rápida desde abril de 2009, sendo notada a queda em todos os subsetores, o que aconteceu pela primeira vez em seis anos.
Corte de gastos
Diante disso, os empregadores buscaram cortar gastos e o nível de empregos caiu pelo terceiro mês seguido, atingindo em maio o nível mais forte desde abril de 2009, com destaque para a categoria de Transporte e Armazenamento.
“Isso é um mau sinal para o mercado de trabalho e pode, por sua vez, pesar sobre os gastos do consumidor, o que tenderia a reforçar a fraqueza na atividade”, completou Pollyanna.
As empresas também buscaram repassar aos clientes os aumentos dos custos e a taxa de inflação de preços cobrados foi a mais alta desde dezembro. O Markit destacou relatos de aumentos nos preços de matérias-primas e nas taxas de juros, sendo que os aumentos de custos mais fortes foram observados nas categorias de Hotéis e Restaurantes e de Transporte e Armazenamento.
Apesar de tudo, as expectativas em relação à atividade daqui a 12 meses melhoraram em maio uma vez que, segundo os entrevistados, os fatores que devem sustentar o crescimento da atividade incluem planos de reestruturação das empresas, expansão no mercado e esperança de melhores condições econômicas. Ainda assim, o grau de otimismo permanece bem abaixo da média histórica.