O primeiro déficit das transações correntes do Brasil em 2016 somou US$ 4,817 bilhões, informou nesta terça-feira (23) o Banco Central. O resultado deficitário é o menor para o mês desde 2010, tornando-se, portanto, o menor da atual série histórica.
Com as mudanças adotadas pela instituição, em abril de 2014, a série histórica foi reduzida e há dados disponíveis somente a partir de 2010. Anteriormente, as informações iam até 1947. O BC projetou no mês passado que o déficit de janeiro seria de US$ 6,7 bilhões. Segundo o chefe do departamento econômico da instituição, Tulio Maciel, janeiro é sazonalmente um mês de resultados negativos para o setor externo.
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A balança comercial teve superávit de US$ 643 milhões no mês passado, de acordo com a autoridade monetária. A conta de renda primária em janeiro ficou negativa em US$ 4,316 bilhões. Já a conta de serviços foi negativa em US$ 1,383 bilhão no período.
No acumulado dos últimos 12 meses até janeiro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 51,557 bilhões, o que representa 2,94% do Produto Interno Bruto (PIB).
Remessa de lucros
Passado o período de concentração de envios para o exterior no final do ano, o saldo de remessas de lucros e dividendos de janeiro ficou negativo em US$ 312 milhões, conforme o Banco Central. O resultado é menor do que os US$ 1,093 bilhão registrados em janeiro de 2015.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 4,026 bilhões em janeiro ante US$ 4,784 bilhões do mesmo mês do ano passado.
Viagens internacionais
Apesar de janeiro ainda ser mês de férias, a conta de viagens internacionais registrou um déficit de US$ 190 milhões no período – o menor já observado pelo Banco Central para qualquer mês desde 2010, quando teve início a série da instituição. Em janeiro do ano passado, quando o dólar ainda não pesava tanto na conta dos turistas como recentemente, o déficit havia sido de US$ 1,671 bilhão.
O saldo do mês passado é fruto do volume de despesas pagas por brasileiros no exterior, no valor de US$ 840 milhões, acima das receitas obtidas com turistas estrangeiros em passeio pelo País, que somaram US$ 650 milhões.
Para este ano, o BC projeta que a conta de viagens vai fechar deficitária em US$ 9 bilhões. Em 2015, o saldo ficou deficitário em US$ 11,513 bilhões, sofrendo impacto de valorização de 47% da moeda.