A Royal Dutch Shell anunciou nesta quarta-feira (17) seis novos acordos com instituições acadêmicas mundiais, entre elas a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para a pesquisa e desenvolvimento em biocombustíveis. "O Brasil é um estudo de caso de sucesso em biocombustíveis", disse Graeme Sweeney, vice-presidente executivo de Combustíveis Futuros e CO2 da Shell sobre o etanol brasileiro, durante a Rio Oil & Gas Conference, no Rio de Janeiro (RJ).
O programa de pesquisa investiga novas matérias-primas e novos processos de produção de biocombustíveis, com foco na melhoria da eficiência e redução de custos. Os acordos têm duração de dois a cinco anos. Sweeney evitou dar detalhes sobre a linha de pesquisa na universidade brasileira, mas admitiu que ela deva focar a produção de etanol a partir da celulose contida no bagaço de cana-de-açúcar, a chamada segunda geração do combustível. "A cana-de-açúcar tem se mostrado a matéria mais eficiente para a produção do etanol", disse o executivo.
Além da Unicamp, os projetos foram assinados com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Massachusetts (EUA); o Instituto de Microbiologia da Academia Chinesa de Ciências (IMCAS), em Pequim, e o Instituto Qingdao de Tecnologia em Bioenergia e Bioprocessos da Academia Chinesa de Ciências (QIBEBT), em Qingdao (China); o Centro de Excelência para Biocatálise, Biotransformações e Manufatura Biocatalítica (CoEBio3) da Universidade de Manchester (Reino Unido), e a Escola de Biociências da Universidade de Exeter (Reino Unido).
Segundo a companhia, a Shell tem 30 anos de investimentos em pesquisa e desenvolvimento de biomassa, com investimentos contínuos na área. "Somente na primeira metade desta década foram investidos mais de US$ 1 bilhão", disse Sweeney durante palestra na Rio Oil & Gas.
De acordo com ele, o programa de biocombustíveis da Shell já inclui parcerias com Iogen, para a produção de etanol a partir da palha, com a Choren (na produção BTL, um combustível sintético), a Codexis (conversão de enzimas de biomassa) e Virent (desenvolvimento de biogasolina a partir de açúcar). A companhia tem ainda uma joint venture no Havaí (EUA) com a Cellana, para o desenvolvimento de algas marinhas para óleo vegetal.
Ainda em seu pronunciamento, Sweeney defendeu o cenário global para os combustíveis que privilegie metas de uso com sustentabilidade ambiental, que necessariamente inclui o uso de biocombustíveis. "Para isso, precisamos trabalhar com a melhor tecnologia, as melhores matérias-primas e dentro de um marco regulatório", opinou o executivo.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast