Após mais de dois meses de greve, a executiva nacional do sindicato de servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aprovou nesta quinta-feira (7) um indicativo de retorno ao trabalho. A sinalização de que o fim da paralisação está próximo ocorre um dia após a reunião com a presidente do órgão, Wasmália Bivar, e com o secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, na qual a direção do IBGE se mostrou irredutível perante as reivindicações do sindicato, o ASSIBGE-SN.
"Avaliamos que devemos retornar, porque houve um impasse entre nós e a direção do IBGE. Após tantos dias em greve, encaminhamos o retorno ao trabalho", afirmou a diretora da executiva nacional do ASSIBGE-SN, Susana Drummond. A decisão final sobre o fim da greve ainda depende de votação em assembleias estaduais, que serão realizadas em 11 e 12 de agosto (segunda e terça-feira). O resultado será anunciado no dia 13, quarta-feira, de acordo com o ASSIBGE-SN. Mas o indicativo é para que os funcionários retomem suas atividades.
Os grevistas já tinham reduzido a pauta de reivindicações e, nos últimos dias, exigiam apenas a reintegração de 181 temporários que não tiveram seus contratos renovados após aderirem à paralisação. Ontem, apesar dos esforços em chegar a um acordo sobre as dispensas, Wasmália confirmou que não há possibilidade de chamar de volta os temporários dispensados.
Em comunicado divulgado hoje, o ASSIBGE-SN informou que a plenária aprovou a participação do sindicato nos grupos de trabalho para discutir a formação de um plano de carreira no órgão, ponto acertado na reunião de ontem com a direção do instituto e com o Ministério do Planejamento, pasta à qual o IBGE é subordinado.
Sobre os temporários dispensados, o sindicato anunciou que dará "todo o suporte jurídico no andamento da ação coletiva e de eventuais ações individuais nos estados", além de garantir uma ajuda de custo de até R$ 500 a cada um. O ASSIBGE-SN também deve convocar manifestação para o dia do acordo.
A greve de servidores do IBGE, deflagrada em 26 de maio, já impediu a divulgação da taxa de desemprego para as seis principais regiões metropolitanas do País, apurada pela Pesquisa Mensal de Emprego. Os dados de Salvador e Porto Alegre não ficaram prontos a tempo por dois meses consecutivos, referentes a maio e junho, e até hoje não foram divulgados. A coleta das informações da Pnad Contínua está atrasada em seis estados, embora a adesão de funcionários ao movimento, no último balanço, tenha sido apontada em 8,09%. Ontem, o IBGE informou que a Diretoria de Pesquisas está realizando um levantamento para verificar o que foi prejudicado e o que está atrasado por causa da paralisação.
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