Estados "carregaram o piano"
Os estados foram os principais responsáveis pelo superávit primário registrado nas contas do setor público de agosto, respondendo por um resultado positivo de R$ 2,697 bilhões no mês. Os municípios fecharam agosto com zero de superávit. As contas do governo central, que englobam Tesouro, Banco Central e Previdência, ficaram com superávit primário de R$ 2,031 bilhões.
As empresas estatais atingiram, no mês, um déficit de R$ 166 milhões. Enquanto as empresas estatais federais tiveram déficit de R$ 262 milhões, as estaduais registraram superávit de R$ 163 milhões e as municipais apresentaram resultado negativo de R$ 67 milhões.
No acumulado do ano, de janeiro a agosto, os governos estaduais registram superávit primário de R$ 24,408 bilhões, o equivalente a 0,92% do Produto Interno Bruto (PIB). Os municípios fizeram superávit primário de R$ 2,049 bilhões, equivalente a 0,08% do PIB. Juntos, estados e municípios registram superávit primário de janeiro a agosto de 1% do PIB, o equivalente a R$ 26,458 bilhões.
As contas do governo central acumulam superávit no ano de R$ 68,338 bilhões, ou 2,58% do PIB. As empresas estatais têm resultado positivo de R$ 1,744 bilhão (0,07% do PIB). Empresas federais contribuíram com superávit de R$ 356 milhões; as estaduais, com R$ 1,238 bilhão; e as empresas estatais municipais, com superávit de R$ 151 milhões.
Brasília - As contas do setor público (governo federal, estados, municípios e empresas estatais) apresentaram em agosto um superávit primário de R$ 4,561 bilhões, conforme dados divulgados pelo Banco Central. O superávit primário é a economia feita pelo governo para o pagamento de juros da dívida pública. O resultado é o pior para o mês desde 2003 além disso, o pagamento de juros (R$ 21,663 bilhões) e o déficit nominal (R$ 17,101 bilhões) também são os maiores para um mês de agosto desde o início da série histórica, em 2001.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, considerou "normal" a queda do superávit primário em agosto em relação aos meses anteriores. Em entrevista para apresentar os dados do mês passado, ele disse que junho e julho foram "meses muito expressivos". "É normal que tenhamos essas oscilações ao longo dos meses. O importante é considerar o conjunto todo da obra até aqui, a soma dos resultados", disse.
Para Túlio Maciel, a observação do comportamento das contas públicas ao longo dos últimos meses mostra "um cenário favorável para o cumprimento da meta integral neste ano". Em 2011 até agosto, o setor público consolidado cumpriu 75,4% da meta de R$ 127,9 bilhões para o ano. "Se fosse a meta anterior, estaríamos acima de 80%", lembrou. Um dos argumentos de Maciel para o cumprimento da meta é de que o governo precisa de um "desempenho interanual" abaixo do que vinha sendo observado ao longo do ano.
Arrecadação
No acumulado de janeiro a agosto, o resultado primário de R$ 96,540 bilhões é o segundo maior da série histórica, atrás apenas do observado em igual período de 2008, quando o primário ficou em R$ 100,777 bilhões. Segundo Maciel, uma das explicações para o bom resultado no período é o bom desempenho da economia brasileira, que melhora a arrecadação de impostos. Atualmente, a arrecadação federal tem crescido com taxas próximas a 20% em relação a 2010. "Há crescimento da economia, do mercado de trabalho com a formalização dos trabalhadores. Isso ajuda no aumento da arrecadação, o que favorece o resultado primário", disse.
Túlio Maciel também falou que o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB foi diretamente influenciado pela variação cambial. "Tendo em vista que, em termos líquidos, somos credores em moeda estrangeira, a oscilação cambial favorece a relação dívida e PIB". Em agosto, o indicador da dívida líquida ficou em 39,2% do PIB a previsão do BC, porém, era de 38,9%.
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