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Defasagem

Tabela do Imposto de Renda pode ficar sem correção pelo segundo ano seguido

Estudo do Sindifisco mostra que a tabela do IR acumula  defasagem de 83% nos últimos 20 anos em decorrência de  sucessivas correções abaixo da inflação. | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Estudo do Sindifisco mostra que a tabela do IR acumula defasagem de 83% nos últimos 20 anos em decorrência de sucessivas correções abaixo da inflação. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira (16) em Davos, na Suíça, que o governo ainda não bateu o martelo sobre a correção da tabela do Imposto de Renda (IR) a partir de 2017. Embora o Orçamento deste ano já tenha uma previsão de reajuste de 5% no IR das pessoas físicas, a equipe econômica ainda está avaliando o impacto que isso terá sobre as contas públicas diante do menor crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país).

A projeção oficial da Fazenda é que o crescimento seja de 1%, mas os técnicos já admitem nos bastidores que esse número ficará mais próximo de 0,5%. Segundo Meirelles, a definição sobre a tabela do IR será feita quando o governo divulgar o programa do Imposto de Renda de 2017, em fevereiro.

“A decisão sobre a tabela do IR vai ser divulgada junto com o programa, na segunda quinzena de fevereiro”, disse Meirelles.

De acordo com um estudo do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), divulgado no início deste ano, o IR acumula defasagem de 83% nos últimos 20 anos em decorrência de sucessivas correções abaixo da inflação realizadas na tabela.

Ajuda financeira ao Rio

O ministro também informou que o acordo de ajuda financeira ao Rio só deve ser fechado no próximo dia 23. A intenção da Fazenda era conseguir fazer isso já na quinta-feira, tanto que Meirelles decidiu acelerar sua participação no Fórum Econômico Mundial de Davos e voltar ao Brasil na quarta-feira. No entanto, ele explicou que ainda há detalhes a serem tratados. E como é feriado no Rio na sexta-feira, a data foi transferida para segunda.

Meirelles disse que outros estados podem ter interesse em fazer acordo de ajuda financeira com a União e que a Fazenda está aberta a conversar. No entanto, ele destacou que acha pouco provável que esse tipo de acerto seja semelhante ao do Rio, pois ele prevê contrapartidas muito duras. O governo fluminense é o que está em pior situação entre os estados. “O ajuste fiscal que o Rio se comprometeu a fazer e que esperamos fechar até o dia 23 é um processo duro. Não sei se há outros estados que precisem ou que estejam dispostos a fazer isso”, disse ele.

Agenda intensa

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, teve neste segunda-feira (16) uma agenda intensa de reuniões em Davos. Ele participou de vários encontros bilaterais e conversou com os presidentes do UBS, Axel W. Weber, e do Lloy’s, John Nelson. Segundo Meirelles, há otimismo do mercado internacional em relação ao Brasil. Ele destacou que os investidores prestaram atenção particular ao fato de o governo Michel Temer ter conseguido, em pouco tempo, aprovar projetos importantes, como o teto para os gastos públicos.

“Esse é apenas o primeiro dia e já tivemos conversas importantes. Tivemos dificuldade de acomodar todos os pedidos na agenda”, disse Meirelles.

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